Migalhas de Peso

Namorado tem direito à pensão por morte no INSS?

Será que só quem é casado no papel pode receber pensão por morte do INSS?

21/7/2025
Hermann Richard Beinroth

Será que só quem é casado no papel pode receber pensão por morte do INSS?

E se a pessoa era apenas “namorada”, mas vivia junto com o falecido?

Descubra como funciona esse direito, o que é exigido pelo INSS e o que fazer quando o benefício é negado.

Você irá ler aqui:

Confira agora e saiba os seus direitos!

O que é a pensão por morte do INSS?

pensão por morte é um benefício pago aos dependentes do segurado do INSS que faleceu, desde que ele estivesse contribuindo ou tivesse qualidade de segurado na data do óbito.

É um benefício que tem como objetivo garantir a subsistência do núcleo familiar após a perda de quem sustentava ou auxiliava financeiramente a casa.

Quem tem direito à pensão por morte?

Segundo o art. 16 da lei 8.213/1991têm direito à pensão por morte:

Classe 1 (dependência presumida)

Classe 2 (se não houver ninguém da classe 1)

Classe 3 (na ausência das classes anteriores)

pensão só é concedida a quem comprovar dependência econômica e vínculo de relação familiar ou afetiva contínua com o falecido.

Namorado tem direito à pensão por morte?

Não.

Namoro, por si só, não dá direito à pensão por morte.

Por mais que seja uma relação duradoura e afetiva, a lei não reconhece o namoro como uma entidade familiar, mas sim a união estável.

Portanto, para que um namorado receba pensão por morte, é necessário provar que o relacionamento era, na prática, uma união estável.

União estável: O que é e como comprovar?

união estável é definida pelo art. 1.723 do CC como:

“A convivência pública, contínua e duradoura entre duas pessoas, com o objetivo de constituição de família.”

Isso quer dizer que:

União estável não se presume.

Ela deve ser provada, especialmente se não foi registrada em cartório antes do óbito.

Namoro longo não é união estável

Um dos principais erros das pessoas que tentam pedir a pensão por morte como namorado é confundir tempo de relação com união estável.

Veja alguns exemplos de namoros que não configuram união estável:

A Justiça já reconheceu que “namoro qualificado” (ou seja, longo e afetuoso) ainda não é união estável.

Provas que podem garantir a pensão por morte para o companheiro

Para que o companheiro (ou “namorado”) tenha direito à pensão é necessário apresentar provas consistentes de união estável.

As mais utilizadas são:

Quanto mais provas, maior a chance de reconhecimento da união estável e concessão da pensão.

O que o INSS exige para conceder a pensão a um companheiro ou companheira?

O INSS, atualmente, tem adotado critérios mais rigorosos para reconhecer união estável, especialmente quando não há registro em cartório.

É necessário apresentar pelo menos 3 documentos contemporâneos ao óbito que comprovem:

Caso o pedido seja negado por ausência de provas, é possível recorrer judicialmente.

Casos em que a pensão é negada pelo INSS

Muitos pedidos de pensão por morte são indeferidos por motivos como:

O mais comum é o INSS alegar que se trata apenas de um namoro, e não de uma entidade familiar.

Como agir quando a pensão por morte é negada?

Se o INSS negou a pensão por morte com a alegação de que você era “apenas namorado(a)”, não desista.

Veja os caminhos:

  1. Reúna mais provas da convivência estável;
  2. Procure testemunhas que possam ser ouvidas judicialmente;
  3. Entre com uma ação judicial de reconhecimento de união estável post mortem;
  4. Peça a pensão por morte com base nessa união reconhecida.

Um advogado especialista pode ajuizar simultaneamente a ação de reconhecimento e o pedido de pensão.

A importância do advogado especialista e Direito Previdenciário

Um caso como esse exige conhecimento jurídico profundo e estratégia processual bem elaborada.

advogado especialista atua para:

Além disso, o especialista entende a dor emocional envolvida nesse tipo de processo e atua com sensibilidade e respeito.

Se você era “apenas namorado(a)” de alguém que faleceu, mas vivia como se fosse casado, dividia contas, sonhos e casa você pode sim ter direito à pensão por morte.

O mais importante é provar que a relação era uma união estável de verdade, com base em documentos e testemunhos.

Mesmo que o INSS negue, a Justiça pode reconhecer e corrigir essa injustiça.

Você acredita que tem direito à pensão por morte, mas foi tratado como “namorado(a) sem valor legal”?

Fale com quem tem experiência nesse tipo de caso.

Não é só papel que define família.

A sua história merece respeito e o seu direito também.

Hermann Richard Beinroth

Mestrando em Direito Público pela Fumec, Pós Graduado em Pratica Previdenciária, Professor de Cursos e Pós Graduações, Ex Vice-Presidente Comissão de Direito Previdenciario da OAB/MG, Membro IBDP.

Veja a versão completa