Muita gente, diante de uma dívida alta, especialmente no cartão de crédito ou cheque especial, corre até a agência bancária acreditando que o gerente tem o “poder” de resolver tudo. Chega confiante, explica a situação, ouve uma proposta e, por cansaço ou pressão, assina o que for.
Mas o que poucos sabem é que o gerente de banco não tem autonomia real para fazer uma negociação estratégica e vantajosa para você. Na maioria das vezes, ele apenas replica as opções que já aparecem no seu aplicativo - só que com um discurso mais amigável e persuasivo.
Ao aceitar uma dessas propostas, o cliente pode cair numa armadilha perigosa: transformar uma dívida ainda discutível em uma confissão formal de dívida, com juros compostos, cláusulas rígidas e quase nenhuma margem de defesa posterior.
É nesse ponto que entra a importância de um advogado especialista em Direito Bancário (e não apenas um advogado do consumidor). Ele não só analisa a legalidade da dívida e dos encargos aplicados, como também conduz uma negociação técnica com o banco, utilizando argumentos jurídicos e estratégias que o cliente leigo, ou mesmo o gerente, desconhece.
Negociar sozinho, sem esse suporte, é como entrar em campo contra um time profissional sem saber as regras do jogo.
Portanto, se sua dívida já saiu do controle, o caminho não é tentar ser mais esperto que o banco, nem confiar em promessas de balcão. O gerente pode até querer ajudar, mas não tem poder real para mudar sua situação de forma efetiva. Antes de assinar qualquer proposta ou “acordo facilitado”, consulte um especialista em Direito Bancário. Isso pode evitar que outro problema financeiro se transforme também em um problema jurídico - bem mais difícil de reverter depois.