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Moraes responde Dino sobre convite ao Maranhão: "seria um prazer"

A declaração foi em resposta ao post do ministro Dino sobre projeto de lei dos EUA que busca restringir a entrada de Moraes no país.

27/2/2025

Durante a sessão do STF nesta quinta-feira, 27, o ministro Alexandre de Moraes expressou seu agradecimento ao ministro Flávio Dino, que, em um gesto de solidariedade, sugeriu, por meio de um post no Instagram, que Moraes aproveitasse para explorar "outros destinos", como o Estado do Maranhão. A manifestação foi em resposta à aprovação, pelo Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, de projeto de lei que pode impedir a entrada ou até deportar Moraes do país.

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Moraes agradeceu a mensagem de Dino, afirmando que seria um prazer conhecer a “belíssima Carolina do Maranhão”.

"Hoje em mensagem do ministro Flávio Dino, a quem agradeço e digo que será um grande prazer conhecer a belíssima Carolina do Maranhão. Carolina do Estado do Maranhão que S. Exa. tão bem governou por dois mandatos."

O ministro também destacou a importância histórica do Maranhão, citando a Revolta da Balaiada como exemplo de coragem, luta por independência e autodeterminação, bem como a defesa da cidadania.

Veja o trecho:

Entenda

Na manhã desta quinta feira, 27, Flávio Dino manifestou solidariedade a Moraes, sugerindo, em publicação, que ele poderia explorar novos destinos, como o Estado do Maranhão.

"Tenho certeza de que ele permanecerá proferindo ótimas palestras em todo o território brasileiro, assim como nos países irmãos. E se quiser passar lindas férias, pode ir para Carolina, no Maranhão. Não vai sentir falta de outros lugares com o mesmo nome", escreveu Dino.

Veja o post:

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A declaração veio após a aprovação do projeto "No Censors on Our Shores Act", proposto pelos deputados republicanos Darrell Issa (Califórnia) e María Elvira Salazar (Flórida). O texto agora segue para votação no plenário da Câmara dos Representantes.

O projeto foi protocolado em setembro de 2024, em meio às críticas do Partido Republicano contra decisões do STF envolvendo redes sociais. Moraes determinou, no ano passado, a suspensão da plataforma X (antigo Twitter) no Brasil, após a empresa se recusar a cumprir ordens judiciais da Corte.

O deputado Darrell Issa, um dos autores da proposta, afirmou que a iniciativa é uma resposta direta às decisões do ministro brasileiro.

"Agora mesmo, no Brasil, os direitos de cidadãos americanos ao acesso a redes públicas como X e Meta têm sido sistematicamente censurados (...). Meu projeto tem um objetivo simples: dizer [a esses países] vá em frente, ignore a Primeira Emenda em seu próprio país. Mas não espere vir aos Estados Unidos com um visto americano", declarou Issa durante a votação

Resposta dos governos

Pouco após a votação, o Departamento de Estado dos Estados Unidos se manifestou sobre as decisões do STF brasileiro, criticando medidas que afetaram plataformas digitais.

"Respeito pela soberania é uma via de mão dupla para todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a companhias sediadas no território americano por se recusar a censurar pessoas residentes nos Estados Unidos é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão", afirmou o órgão.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil respondeu à manifestação do governo norte-americano com uma nota oficial, na qual classificou a declaração como surpreendente e rejeitou qualquer tentativa de politizar decisões judiciais brasileiras.

"O governo brasileiro recebe, com surpresa, a manifestação veiculada hoje pelo Departamento de Estado norte-americano a respeito de ação judicial movida por empresas privadas daquele país para eximirem-se do cumprimento de decisões da Suprema Corte brasileira", afirmou o Itamaraty.

A chancelaria brasileira reforçou que as decisões do STF têm como objetivo garantir o cumprimento da legislação brasileira e ressaltou que a liberdade de expressão no Brasil deve ser exercida em consonância com os demais preceitos legais vigentes, incluindo os de natureza criminal.

Além disso, o governo brasileiro enfatizou que o Estado e suas instituições republicanas foram alvo de uma orquestração antidemocrática baseada na desinformação em massa divulgada em mídias sociais e que os fatos relacionados à tentativa de golpe após as eleições de 2022 são objeto de ação no Poder Judiciário brasileiro.

Veja a versão completa

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