Durante sessão da 1ª Turma do STF realizada nesta terça-feira, 22, ministro Flávio Dino criticou os chamados "juristas de internet" — indivíduos que, segundo S. Exa., disseminam desinformação jurídica sem possuir a devida formação ou experiência na área do Direito.
A manifestação ocorreu durante o julgamento do Núcleo 2 da trama golpista que culminou nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
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Dino chamou a atenção para o que considera um fenômeno preocupante: a proliferação de pessoas que opinam publicamente sobre temas jurídicos complexos sem qualquer respaldo acadêmico ou trajetória profissional relevante.
"Tenho visto muitos se apresentarem como juristas. Como não os conheço, e por hábito desconfio da minha própria ignorância — o que considero uma atitude saudável — vou pesquisar. E aí descubro que o jurista em questão não publicou um único livro, não possui qualquer título acadêmico e jamais foi aprovado em concurso público", declarou o ministro.
Dino ressaltou a importância da crítica fundamentada, especialmente quando parte de profissionais qualificados, e alertou para os riscos da difusão de informações falsas por pessoas que assumem indevidamente o papel de especialistas.
Em tom crítico e bem-humorado, ministra Cármen Lúcia também comentou o tema, ironizando os múltiplos sentidos da palavra "jurista" na língua portuguesa.
"Às vezes, ‘jurista’ tem outras conotações. Por exemplo, quem pega ou empresta dinheiro a juros também é jurista", disse.
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