Durante depoimento ao STF nesta segunda-feira, 9, o tenente-coronel Mauro Cid confirmou a existência de um plano de fuga que previa alternativas de retirada do então presidente Jair Bolsonaro em caso golpe contra ele. O documento datado de 2021, estava arquivado no computador de Cid sob a sigla RAF/LAF, prevendo diferentes cenários em que o então presidente precisaria de auxílio.
Golpe contra Bolsonaro
Durante a fase de inquirição, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, perguntou sobre o conteúdo dos slides encontrados pela Polícia Federal. Cid afirmou que recebeu o documento com o plano de fuga que foi elaborado para proteger Bolsonaro em caso de um suposto golpe contra o presidente, vindo de dentro das próprias Forças Armadas.
"Eu me recordo, eu me recordo que isso foi, não sei foi 2020 ou 2021 que eu recebi, alguém mandou um documento, eu acho, para mim, né, e naquele momento, acho que o contexto era, eu não me lembro bem o contexto, mas era como se o presidente, se o golpe fosse contra o presidente Bolsonaro, como que seria feita a proteção do Bolsonaro, caso ele sofresse um golpe no meio das Forças Armadas, então seria o contrário."
O ministro Alexandre de Moraes então questiona sobre o caráter incomum de tal documento, "mas não é uma coisa normal receber um documento e preparar um plano de fuga com o presidente eleito e empoçado e no cargo".
Cid explica, que "na época não tinha denúncia, não tinha nada, não tinha nenhum sinal daquilo, realmente foi que recebi e ficou ali. Realmente acabou ficando no meu computador ali, como outros documentos. (...) o volume de coisas que eu recebi era muito grande, então a filtragem era muito grande também, né, e até pela falta de tempo, eram coisas que às vezes passavam e ficavam ali, e não dava tratativa para aquilo ali".