Após carta de Trump com críticas ao STF, ministro Gilmar Mendes usou a rede social X para refletir sobre os desafios enfrentados pelo Brasil no atual estágio de sua democracia.
Para o ministro, o que se escreve no país atualmente é um "capítulo inédito na história da resistência democrática", marcado pela resposta institucional firme à tentativa de ruptura da ordem constitucional.
Gilmar destacou acontecimentos que, segundo ele, nenhuma outra democracia contemporânea havia enfrentado. Fez menção ao 8/1, como “uma tentativa de golpe de Estado em plena luz do dia, orquestrada e planejada por grupos extremistas que se valeram indevidamente da imunidade irrestrita das redes sociais”.
Também apontou desafios como o debate sobre a modernização dos marcos regulatórios, que, segundo sua visão, restou sabotado diante da atuação de empresas de tecnologia em campanhas de desinformação.
O ministro também chamou atenção para a ofensiva contra a própria Suprema Corte, que, segundo ele, tem sido alvo de ataques sem precedentes.
“Nenhuma outra Suprema Corte no mundo sofreu ataques tão virulentos à honra de seus magistrados, incluindo planos de assassinato arquitetados por facções de grupos eleitorais derrotados."
Gilmar finalizou destacando que esses episódios definem a atual fase institucional do país, classificada por ele como “democracia combativa”, caracterizada quando “a defesa irredutível de preceitos constitucionais se transforma em imperativo civilizatório diante de forças que ameaçam não apenas as instituições nacionais, mas o próprio conceito de Estado de Direito no século XXI”.
Confira na íntegra:
Carta ao presidente
Em carta endereçada ao presidente Lula, Trump anunciou a imposição de tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras aos EUA, com vigência a partir de 1º de agosto.
No texto, o presidente norte-americano fez críticas ao STF, acusando a Suprema Corte de emitir ordens de censura consideradas por ele "secretas e ilegais" contra plataformas digitais sediadas nos Estados Unidos, o que teria motivado parte da medida tarifária.
Também reprovou o tratamento dispensado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, qualificando a ação contra ele como uma "caça às bruxas" que, segundo o republicano, deveria ser encerrada imediatamente.
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