O governo dos Estados Unidos intensificou as críticas ao ministro Alexandre de Moraes durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 31.
O porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Tommy Pigott, classificou Moraes como um "juiz ativista" que teria agido com motivações políticas ao restringir liberdades civis, inclusive de cidadãos e empresas dos EUA.
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"Moraes é um juiz ativista, que abusou da sua autoridade engajando-se em um esforço politicamente motivado, projetado para silenciar os críticos políticos através da emissão de ordens secretas para plataformas online, incluindo empresas de mídia social dos EUA, banindo as contas de indivíduos por postarem discursos protegidos", afirmou em resposta a uma jornalista.
Na avaliação do governo norte-americano, Moraes teria ultrapassado os limites da jurisdição ao autorizar prisões preventivas "injustas" e implementar medidas que afetam diretamente direitos assegurados pela Constituição dos EUA, especialmente no tocante à liberdade de expressão.
"Os Estados Unidos não toleram atores estrangeiros malignos que abusam de suas posições de autoridade para minar a liberdade de expressão dos cidadãos norte-americanos", declarou o porta-voz.
Veja o momento:
Novas sanções
Ao ser questionado sobre a possibilidade de outros cidadãos brasileiros serem atingidos por medidas semelhantes, especialmente em razão de eventos futuros, como a realização da Copa do Mundo, Pigott evitou antecipar decisões:
"Não vou antecipar o que podemos ter em termos de anúncios de sanções, ou outras ações. O que posso dizer é apenas apontar para essa sanção e enfatizar, novamente, o quão a sério levamos isso."
A fala vem na esteira de uma série de medidas punitivas adotadas pelos EUA nas últimas semanas, como a revogação de visto do ministro Moraes e a imposição de sanções financeiras com base na chamada Lei Magnitsky, que autoriza o congelamento de bens e a restrição de atividades comerciais em território norte-americano de indivíduos acusados de violações de direitos humanos.