Imprensa internacional repercute sanções dos EUA a Alexandre de Moraes
A decisão ganhou destaque nos principais veículos da imprensa internacional nesta quarta-feira, 30.
Da Redação
quarta-feira, 30 de julho de 2025
Atualizado às 15:33
A decisão do governo dos Estados Unidos de impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, ganhou destaque nos principais veículos da imprensa internacional nesta quarta-feira, 30. As reportagens tratam das acusações do governo norte-americano contra Moraes, que envolvem supostas violações de direitos humanos, censura e abusos de autoridade no contexto da condução do inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O ministro foi incluído nas sanções previstas pela Global Magnitsky Act, que autoriza o governo dos EUA a aplicar penalidades econômicas e diplomáticas a estrangeiros envolvidos em corrupção ou violações graves de direitos humanos. A medida implica o congelamento de bens nos Estados Unidos e restrições de entrada no país.
The New York Times
O New York Times publicou reportagem com o título: "U.S. Imposes Sanctions on Brazilian Judge Overseeing Bolsonaro Coup Case". O texto informa que Moraes está no centro das críticas da administração Trump e que a imposição de sanções representa uma "escalada significativa" da pressão americana sobre o Brasil.
A reportagem explica que o ministro é acusado de "censura" e de liderar um processo contra Bolsonaro que, segundo o governo Trump, viola direitos fundamentais.
O NYT detalha que as penalidades incluem restrições de visto e congelamento de ativos nos EUA, com base na legislação usada para punir estrangeiros envolvidos em corrupção ou abusos de direitos humanos. Moraes, afirma o jornal, é acusado de remover conteúdos de redes sociais e de conduzir um processo politizado.
The Washington Post
O jornal aponta que as sanções foram motivadas pelo suposto envolvimento de Moraes na "supressão da liberdade de expressão" e na condução de "detenções arbitrárias" no caso que envolve Bolsonaro.
A publicação menciona que, além da inclusão na lista do Global Magnitsky Act, a decisão também prevê o congelamento de ativos e bens nos Estados Unidos.
O Washington Post relembra que o Departamento de Estado americano já havia imposto, em 18 de julho, restrições de visto ao ministro, a seus familiares e a outros integrantes do Judiciário brasileiro.
O jornal também destaca que Trump, em uma carta divulgada no início do mês, anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, vinculando diretamente a medida econômica à condução do processo contra seu aliado político.
Reuters
A agência de notícias destacou que o Departamento do Tesouro dos EUA sancionou Moraes por "autorizar detenções arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão". A reportagem contextualiza que Moraes é o relator da ação penal contra Jair Bolsonaro, acusado de planejar um golpe de Estado.
A Reuters também menciona que o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o ministro brasileiro "assumiu para si o papel de juiz e júri" em uma "caça às bruxas ilegal" contra cidadãos e empresas do Brasil e dos Estados Unidos. Segundo a agência, as sanções ocorrem após o presidente Donald Trump associar o processo judicial a um aumento de tarifas de importação sobre produtos brasileiros.
A reportagem também relembra que Moraes já havia sido alvo de restrições de visto impostas em julho, que também atingiram familiares e outros integrantes do Judiciário brasileiro.
Clarín
O jornal argentino Clarín classificou as sanções como parte de um embate político entre os presidentes Lula e Trump. Segundo a reportagem, a medida contra Moraes se insere em uma ofensiva da atual administração norte-americana contra o governo brasileiro, impulsionada pelo julgamento de Bolsonaro.
O Clarín informa que, além do bloqueio de ativos e cancelamento de visto, a punição se estende a aliados e familiares do ministro, com base na Lei Magnitsky. O jornal também lembra que Trump já havia anunciado tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto.
A matéria ainda relata bastidores da elaboração das sanções, informando que membros do governo americano viram resistência interna à medida dentro do próprio Departamento do Tesouro. Um funcionário ouvido pelo jornal, sob anonimato, afirmou que a sanção poderia afetar a credibilidade dos EUA em temas relacionados à promoção da democracia.