Durante a sessão desta terça-feira, 9, em que a 1ª turma do STF julga o Núcleo 1 da ação penal do golpe de Estado, o relator, ministro Alexandre de Moraes, destacou mensagens atribuídas ao ex-diretor da Abin - Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, nas quais ele teria se dirigido diretamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro questionando a lisura do processo eleitoral.
Segundo Moraes, no documento Ramagem afirmou a Bolsonaro que, por tudo que havia pesquisado, mantinha total certeza de que houve fraude nas eleições de 2018, com vitória dele no primeiro turno.
"Essas mensagens que foram alteradas dois dias antes da live do réu Jair Bolsonaro, e cujas informações ele utilizou, é que o réu Alexandre Ramagem quer fazer acreditar que era um diário para ele."
Moraes lê outra mensagem do então diretor da Abin que ainda insistia em narrativas de fraude.
“Todavia ocorrida na alteração de votos, e continua, na realidade, a urna já se encontra em total descrédito perante a população, deve-se enaltecer essa questão já consolidada. A prova da vulnerabilidade já foi feita em 2018, antes das eleições, resta somente trazê-la novamente e constantemente. Deve-se dar continuidade àqueles argumentos, essas questões devem ser massificadas. A credibilidade da urna já se esvaiu, assim como a reputação de ministros do STF."
Em seguida, o relator destaca gravidade do teor das mensagens.
"Isso não é uma mensagem de um delinquente do PCC para outro, isso é uma mensagem do diretor da Abin para o então presidente da República."
Para o ministro, as provas revelam a preparação do grupo para atentar contra a democracia.
"A organização criminosa já iniciava os atos executórios para se manter no poder, independentemente de qualquer coisa, e para afastar o controle judicial previsto constitucionalmente”.
Veja a fala: