Nesta terça-feira, 9, ao proferir voto na ação contra Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado, o relator, ministro Alexandre de Moraes destacou que as falas ofensivas do ex-presidente contra integrantes do Supremo não se limitavam a ataques pessoais, mas faziam parte de uma estratégia para descredibilizar o Judiciário como instituição.
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Ao reproduzir declaração de Bolsonaro, que se referia ao ministro Edson Fachin como "marxista, advogado do MST", Moraes fez um comentário em tom de brincadeira:
"Não sou eu, ministro Flávio. Aqui a referência foi ao ministro Fachin."
Ministro Flávio Dino, por sua vez, respondeu: "Eu também não".
Na sequência, Moraes citou trecho em que Bolsonaro insinuava fatos negativos sobre a vida pregressa de ministros do STF.
O relator lembrou que, em interrogatório judicial, o ex-presidente admitiu não ter provas para sustentar as acusações, justificando que era "o jeito dele".
"Ao falar isso, mais do que ofender pessoalmente cada um dos ministros, na verdade quer descredibilizar o Poder Judiciário como um todo", afirmou Moraes.
Segundo o relator, esse comportamento demonstra o modus operandi do líder da organização criminosa, que, mesmo sem apresentar provas, utilizava a retórica contra ministros do Supremo para fomentar a narrativa de perseguição e fragilizar a confiança pública na Corte.
Confira: