Mundo acadêmico sem limites
quinta-feira, 29 de maio de 2025
Atualizado em 28 de maio de 2025 08:39
O nosso mundo acadêmico não se limitava ao velho convento da Monte Alegre. Ele se estendia e expandia por várias regiões e diversos locais de São Paulo. Isso vale dizer que as nossas atividades eram múltiplas, não se limitavam ao estudo, aliás, esse para muitos não era a principal ocupação. Dentre os quais eu mesmo.
Frequentamos vários logradouros, dentre os quais bares, restaurantes, casas de shows, aquelas para se dançar, inclusive gafieiras, ainda existentes campos de futebol, ginásios de esporte e tantos outros.
Uma vez por ano nos concentrávamos nos jogos, várias modalidades, disputados entre os Centro Acadêmico 22, da PUC e o 11 de agosto da São Francisco. Era a 33 de Agosto. Nós nos referíamos uns aos outros como nossos co-irmãos. Nesses jogos, no entanto, a irmandade tinha os seus laços desfeitos. Eles se rompiam, mas logo eram reatados, após os jogos.
Durante os jogos o pau comia solto. Eu, logo no primeiro jogo da minha primeira participação em uma 33, interferi com coragem e nenhuma agilidade.
Foi durante uma partida de handebol, realizada no Ginásio do Pacaembu. Pulei, com dificuldade, a grade para socorrer um colega, Sérgio Bandeira de Melo, que estava apanhando. Quando tentava enfrentar um "adversário" realizei a proeza de machucar os dois pés. Um pé do meu sapato voou e desapareceu. Devo ter tomado um divertido e ridículo tombo.
Em uma outra ocasião, após o término de um jogo, Octávio Augusto Pereira de Queiroz (Tucho e eu, discutíamos com dois colegas do Largo. Eles insistiam para irmos brigar fora do Ginásio. Tucho concordava. Eu me opunha com veemência, dizendo "vamos brigar aqui mesmo, é menos arriscado e mais saudável". Eu vira na cintura de um deles, por baixo da camisa, um pequeno revólver, fruto da minha recusa em sair.
Esse entreveiro, como tantos outros, terminou em cerveja, com os quatro se confraternizando.