Leitura Legal

Outubro sempre rosa

Campanhas de prevenção à saúde ganham força no Brasil, unindo Estado, tecnologia e sociedade para conscientizar e oferecer cuidados eficazes, como exames e tratamentos gratuitos.

19/10/2025

É interessante observar que os meses do ano são marcadores de campanhas de políticas públicas específicas com a finalidade de orientar homens e mulheres a respeito da prevenção de determinadas doenças. E a característica principal é a cor relacionada a eventuais moléstias, como, por exemplo, Janeiro Branco (saúde mental), Setembro Amarelo (prevenção do suicídio), Outubro Rosa (câncer de mama), Novembro Azul (câncer de próstata) e outras mais. Fica, desta forma, mais fácil a conscientização sobre as doenças e os cuidados preventivos.

A modernização, aliada à aceleração social e ao dinamismo participativo, obrigaram o Estado a se aproximar do cidadão e a realizar práticas e políticas públicas com investimentos consideráveis na área da prevenção. O efeito da globalização fez com que o Estado se abrisse para sua comunidade interna e flexibilizasse muitas de suas funções e, dentre elas, as intervenções relacionadas com a área da saúde

Tal iniciativa demonstra que o gasto público é bem menor quando ajustado para a prevenção de doenças, principalmente aquelas consideradas graves, longas e que consomem recursos públicos vultosos. O novo arranjo dá um considerável alento ético e político para construir um alicerce sólido em favor das identidades pessoais e coletivas da comunidade por meio de ferramentas que automatizam processos e ampliam a eficiência.

A OMS, por sua vez, que aponta a nova era de desafios globais, define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças. Assim, os programas de saúde no contexto coletivo são de vital importância, pois uma de suas metas é justamente promover o bem comum com a diminuição dos riscos para a saúde individual e coletiva, além do que cumpre o afirmativo constitucional da dignidade da pessoa humana.

O avanço desmedido da biotecnologia proporciona a realização de exames sofisticados que perscrutam lado a lado os segredos das células que circulam nos corpos humanos, silenciosas e inatingíveis, transportando um roteiro genético imutável, uma missão a ser cumprida de acordo com a programação do DNA, que estabelece todo o histórico de vida da pessoa.

O movimento atingiu proporção mundial e a mensagem é veiculada por meio de materiais educativos, publicações de artigos esclarecedores, debates e encontros a respeito da proposta, com grande aceitação popular. O próprio Estado já se apresenta como arauto do movimento e desempenha importante papel nesta tarefa, pois cabe a ele a missão constitucional de patrocinar políticas públicas que visem à redução de doenças, tendo como prioridade as ações preventivas.

O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, lançou o programa “Mulheres de Peito”, que conta com cinco unidades móveis, conhecidas como “Carretas da Mamografia”, que percorrem todas as regiões do Estado oferecendo o exame gratuitamente, sem necessidade de pedido médico.

De janeiro a setembro de 2025, foram realizados 45.699 exames, possibilitando, desta forma, o acesso ao diagnóstico precoce em busca de tratamentos modernos e de qualidade, aperfeiçoando o cuidado integral à mulher, com o aprimoramento dos resultados.

Ainda nessa mesma linha de câncer de mama, com aplicação da Tabela SUS Paulista, que complementa os valores ofertados pelo SUS, ampliou e em muito os procedimentos voltados à saúde da mulher, atualizando os valores e impulsionando a realização de inúmeros tratamentos para as portadoras da doença.

Finalmente, na conjugação de esforços entre uma rede varejista e o Estado de São Paulo, criou-se um espaço de acolhimento e solidariedade com uma campanha de venda de lenços temáticos com a motivação do Outubro Rosa, cuja arrecadação será revertida totalmente ao Icesp - Instituto de Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), referência na América Latina no tratamento da doença e que atende exclusivamente pela rede pública, sendo que mais de 16 mil mulheres com câncer de mama foram acolhidas.

Coordenação

Eudes Quintino de Oliveira Júnior promotor de Justiça aposentado, mestre em Direito Público, pós-doutorado em Ciências da Saúde e advogado.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais