É interessante observar que os meses do ano são marcadores de campanhas de políticas públicas específicas com a finalidade de orientar homens e mulheres a respeito da prevenção de determinadas doenças. E a característica principal é a cor relacionada a eventuais moléstias, como, por exemplo, Janeiro Branco (saúde mental), Setembro Amarelo (prevenção do suicídio), Outubro Rosa (câncer de mama), Novembro Azul (câncer de próstata) e outras mais. Fica, desta forma, mais fácil a conscientização sobre as doenças e os cuidados preventivos.
A modernização, aliada à aceleração social e ao dinamismo participativo, obrigaram o Estado a se aproximar do cidadão e a realizar práticas e políticas públicas com investimentos consideráveis na área da prevenção. O efeito da globalização fez com que o Estado se abrisse para sua comunidade interna e flexibilizasse muitas de suas funções e, dentre elas, as intervenções relacionadas com a área da saúde
Tal iniciativa demonstra que o gasto público é bem menor quando ajustado para a prevenção de doenças, principalmente aquelas consideradas graves, longas e que consomem recursos públicos vultosos. O novo arranjo dá um considerável alento ético e político para construir um alicerce sólido em favor das identidades pessoais e coletivas da comunidade por meio de ferramentas que automatizam processos e ampliam a eficiência.
A OMS, por sua vez, que aponta a nova era de desafios globais, define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças. Assim, os programas de saúde no contexto coletivo são de vital importância, pois uma de suas metas é justamente promover o bem comum com a diminuição dos riscos para a saúde individual e coletiva, além do que cumpre o afirmativo constitucional da dignidade da pessoa humana.
O avanço desmedido da biotecnologia proporciona a realização de exames sofisticados que perscrutam lado a lado os segredos das células que circulam nos corpos humanos, silenciosas e inatingíveis, transportando um roteiro genético imutável, uma missão a ser cumprida de acordo com a programação do DNA, que estabelece todo o histórico de vida da pessoa.
O movimento atingiu proporção mundial e a mensagem é veiculada por meio de materiais educativos, publicações de artigos esclarecedores, debates e encontros a respeito da proposta, com grande aceitação popular. O próprio Estado já se apresenta como arauto do movimento e desempenha importante papel nesta tarefa, pois cabe a ele a missão constitucional de patrocinar políticas públicas que visem à redução de doenças, tendo como prioridade as ações preventivas.
O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, lançou o programa “Mulheres de Peito”, que conta com cinco unidades móveis, conhecidas como “Carretas da Mamografia”, que percorrem todas as regiões do Estado oferecendo o exame gratuitamente, sem necessidade de pedido médico.
De janeiro a setembro de 2025, foram realizados 45.699 exames, possibilitando, desta forma, o acesso ao diagnóstico precoce em busca de tratamentos modernos e de qualidade, aperfeiçoando o cuidado integral à mulher, com o aprimoramento dos resultados.
Ainda nessa mesma linha de câncer de mama, com aplicação da Tabela SUS Paulista, que complementa os valores ofertados pelo SUS, ampliou e em muito os procedimentos voltados à saúde da mulher, atualizando os valores e impulsionando a realização de inúmeros tratamentos para as portadoras da doença.
Finalmente, na conjugação de esforços entre uma rede varejista e o Estado de São Paulo, criou-se um espaço de acolhimento e solidariedade com uma campanha de venda de lenços temáticos com a motivação do Outubro Rosa, cuja arrecadação será revertida totalmente ao Icesp - Instituto de Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), referência na América Latina no tratamento da doença e que atende exclusivamente pela rede pública, sendo que mais de 16 mil mulheres com câncer de mama foram acolhidas.