Ao defender regulação das redes, Dino cita "submundo dos jogos online"
Ministro do STF usou caso real de adolescente vítima de influências nocivas na internet para defender regulação das plataformas digitais.
Da Redação
quarta-feira, 11 de junho de 2025
Atualizado às 12:05
Ministro do STF, Flávio Dino, fez contundente apelo em defesa da responsabilidade no uso das redes sociais durante seu voto no julgamento que discute a constitucionalidade das normas do marco civil da internet.
Citando o relato de pai sobre a filha adolescente que, ao começar jogando Minecraft e Roblox, foi conduzida ao submundo do Discord, Dino alertou para os perigos da ausência de regulação e os impactos devastadores que esse ambiente virtual pode causar à saúde mental de jovens.
O ministro compartilhou livro que narra o drama de um pai diante da crise emocional da filha adolescente.
"Vi no programa Fantástico da TV Globo uma matéria sobre esse livro e fui atrás dele. Aconteceu com a minha filha. É um livro que um pai, um tio, um avô chora lendo, porque, com uma escrita direta, é um caminho de horrores percorrido por um pai cuja filha jogava Minecraft e Roblox e foi descambar no mundo terrível do Discord, outras plataformas e Deep Web."
Segundo o relato do ministro, a obra expõe o impacto nocivo da falta de controle e fiscalização sobre conteúdos e interações online, mostrando como a adolescente foi levada à depressão, automutilação e ideação suicida.
"Isso mostra que liberdade sem responsabilidade conduz à barbárie. E é disso que nós estamos cuidando aqui."
O ministro ainda rebateu a ideia de autorregulação das plataformas. "Estamos dizendo não a delírios autoritários, desses que acham que alguma empresa privada vai apenas se autorregular. Qual é a empresa, o setor econômico ou social que se autorregula? Nem os cônjuges nos lares se autorregulam", ressaltou.
Para Dino, a proteção da infância e juventude no ambiente digital exige limites legais claros: "Ninguém pode tratar seus filhos, suas crianças, seus adolescentes sem regulação".
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