OAB/SP expressa preocupação com o abuso da força policial no Estado
Em meio a um contexto de aumento da violência, a entidade cobra maior responsabilidade dos agentes de segurança e propõe diálogos para a construção de políticas mais justas.
Da Redação
quinta-feira, 10 de julho de 2025
Atualizado em 11 de julho de 2025 07:55
A OAB/SP divulgou nota pública em que manifesta preocupação com o cenário recente no Estado e faz um alerta para o uso excessivo da força policial. No comunicado, a entidade reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos fundamentais e destaca a importância do respeito aos limites legais nas ações de segurança pública.
NOTA PÚBLICA
A seccional da OAB/SP Ordem dos Advogados do Brasil, Seção São Paulo, mais do que se solidarizar com a família do jovem trabalhador negro Guilherme Dias Santos Ferreira, vem a público denunciar mais uma morte decorrente do uso abusivo da força policial no Estado de São Paulo.
Na última sexta-feira, Guilherme foi baleado na cabeça quando corria em direção ao ponto de ônibus para voltar para casa depois de um dia de trabalho. O policial militar havia sofrido uma tentativa de assalto e atirou contra os suspeitos. Em seguida, alvejou Guilherme pelas costas - um jovem desarmado que nada tinha a ver com o crime. O PM alegou tê-lo confundido com um dos assaltantes.
Trata-se de uma ação abusiva, desnecessária e guiada por um modelo de má conduta que se repete. Por falta de orientação, treinamento e controle institucional, o agente agiu como se pudesse resolver a situação à margem da lei, ignorando a legalidade e a Justiça.
Casos como esse vêm se repetindo de forma inaceitável no Estado de São Paulo. É urgente investir na formação e capacitação do efetivo policial, adotar protocolos que priorizem o uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, garantir o cumprimento da obrigatoriedade do uso de câmeras corporais e investigar com agilidade e rigor os casos de má conduta.
É imprescindível enfrentar a escalada da letalidade policial, que aumentou no atual governo, afetando de maneira desproporcional a população negra e de baixa renda.
Diante disso, o silêncio ensurdecedor da Secretaria de Segurança Pública revela não apenas indiferença, mas uma preocupante cumplicidade.
Leonardo Sica
Presidente da OAB/SP
Alberto Zacharias Toron
Presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB/SP