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Publicidade discriminatória

Juiz manda frigorífico tirar faixa "petista aqui não é bem-vindo"

Após liminar, estabelecimento alterou a mensagem para "ladrão não é bem-vindo aqui".

Da Redação

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Atualizado em 1 de outubro de 2025 17:37

Na última terça-feira, 29, o juiz de Direito Cristian Battaglia de Medeiros, da 23ª vara Cível de Goiânia/GO, determinou que a Casa de Carnes Frigorífico Goiás Ltda retire, no prazo de 48 horas, qualquer comunicação discriminatória contra consumidores por convicção político-partidária.

A decisão foi proferida em ação civil pública ajuizada pelo MP/GO, que relatou dois episódios recentes: em setembro deste ano, o estabelecimento expôs cartaz com a mensagem "petista aqui não é bem-vindo" em peça promocional. Posteriormente, em 7 de setembro de 2025, o representante legal da empresa reforçou a mensagem, divulgando em rede social a frase "não atendemos petista".

Segundo o MP/GO, essas condutas configuram tratamento diferenciado, hostil e excludente.

Publicidade discriminatória

Ao analisar o caso, o magistrado destacou que a Constituição, no art. 3º, inciso IV, estabelece como objetivo fundamental "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação" e que o art. 5º, inciso VIII, prevê que "ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política".

Ele acrescentou ainda que o CDC, em seu art. 37, §2º, considera abusiva a publicidade discriminatória de qualquer natureza.

Nesse sentido, para o juiz, ficou evidenciada a probabilidade do direito diante da comprovação da exposição do cartaz e das declarações nas redes sociais:

"O perigo de dano também está configurado, pois a manutenção dos cartazes e das publicações discriminatórias, aparentemente, viola os direitos fundamentais de parcela indeterminável da população e consumidores que compartilham a convicção político-partidária discriminada", afirmou.

A decisão também destacou o risco de estímulo a práticas semelhantes por outros estabelecimentos comerciais, "gerando efeito multiplicador da conduta discriminatória e aprofundando a polarização social, em desrespeito aos valores democráticos".

Diante disso, o magistrado determinou a retirada de qualquer comunicação que contenha mensagem discriminatória por convição político-partidária, fixando multa diária de R$ 1 mil, limitada a R$ 100 mil, em caso de descumprimento da decisão.

Também advertiu para a possibilidade de responsabilização criminal por desobediência.

Faixa alterada

No instagram, o estabelecimento divulgou a alteração da faixa para: "Ladrão não é bem-vindo aqui. E quem apoia ladrão também não".

 (Imagem: Reprodução/Redes Sociais)

Publicação do frigorífico com a legenda "Ladrão não é bem-vindo aqui".(Imagem: Reprodução/Redes Sociais)
Vitrine política

Esse não é o primeiro episódio envolvendo o frigorífico em situações de cunho político. Em episódio recente, o estabelecimento anunciou peças de picanha embaladas com fotos de Donald Trump e Jair Bolsonaro, em evidente associação do produto a referências político-partidárias.

 (Imagem: Reprodução/Redes Sociais)

Peças de picanha divulgadas nas redes sociais pelo frigorífico.(Imagem: Reprodução/Redes Sociais)

"Picanha mito"

Já em 2022, o Ministério Público Eleitoral requisitou à Polícia Federal a instauração de inquérito para apurar eventual crime eleitoral cometido pela empresa.

Na ocasião, no dia das eleições, uma de suas lojas em Goiânia promoveu a venda de peças de picanha por R$ 22 o quilo para consumidores que estivessem usando a camisa da seleção brasileira, em ação apelidada de "picanha mito", que trazia o número e a imagem de Jair Bolsonaro.

A promoção causou tumulto pela aglomeração de pessoas e levou o procurador regional Eleitoral auxiliar José Ricardo Teixeira Alves a apontar possível prática de propaganda eleitoral irregular, prevista no art. 39, §5º, incisos II, III e IV, da lei 9.504/97, e no art. 299 do Código Eleitoral.

Leia a liminar.

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