Um notório político baiano, de projeção nacional, Juraci Magalhães, disse em alto e bom som, anos atrás “tudo o que for bom para os Estados Unidos será bom para o Brasil”.
A frase parece que ainda ressoa em alguns núcleos da política nacional e até em núcleos da nossa autoconsiderada elite social.
Após a estapafúrdia e irracional manifestação do presidente americano sobre a nova tarifa para nossos produtos, aplausos não lhe faltaram.
Aplausos que o homenageiam, aplausos que na verdade são para a interferência americana na vida nacional. A justificativa para sua ameaça de taxação revela não se estar diante de uma questão econômica. As suas razões nesse campo são falsas, mentirosas, pois o seu país possui superavit comercial em relação ao nosso. Mentiu desavergonhadamente e os que o aplaudem são coniventes com esse embuste.
A taxação desprovida de motivos econômicos, não esconde a realidade desse ato de império: quer pressionar o Judiciário brasileiro a deixar impune aqueles que atentaram contra nossa democracia. O chefete americano se intromete sem nenhum pudor. Como se a sua mensagem estivesse a dizer: “inocentem Bolsonaro e seus cúmplices e eu recolho a taxação”.
Pois bem, os que o aplaudem têm duas origens:
Ou são de uma doentia subserviência e ausência de patriotismo, ou o bolsonarismo que os contamina os deixa desprovidos de afeto pelo Brasil e de respeito por sua dignidade e soberania.
É bom que eles saibam que nem ao menos a afirmativa do político baiano Juraci Magalhães no sentido do que é bom lá é bom aqui, os socorre para justificar a sua transloucada posição pró sufoco econômico.
Com efeito, a imbecilidade da taxação é algo nocivo para a economia americana, segundo todos os especialistas do mundo. Mais uma razão a mostrar que os obstáculos às nossas exportações representam um tiro certeiro no calcanhar do cabeludo mandachuva gringo.
Isso mostra o caráter meramente intimidatório da missiva enviada ao nosso governo. As razões econômicas invocadas não se sustentam além disso, se as hoje bazófias se concretizarem será prejudicial aos Estados Unidos.
É de clareza meridiana que o amalucado hóspede da Casa Branca busca intimidar as instituições brasileiras, em especial o Judiciário, para fazer escapar das grades o seu títere brasileiro, que em tudo e por tudo a ele se assemelha. Diria, em termos, pois, Justiça se faça, há uma diferença marcante entre os dois indignos e grotescos políticos: o nosso é bisonho, como o de lá, mas é fisicamente mais aquinhoado. Mas isso nada importa.
Vocês que torcem pelo bem dos americanos em detrimento do que é justo e necessário para nós, talvez daqui a pouco queiram ver o de lá governando aqui. Cuidado.