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As instituições financeiras fazem acordos?

Os contratos bancários de empréstimos, financiamentos e afins são produtos oferecidos pelos Bancos e configuram uma relação de consumo, o consumidor é a parte mais frágil nessa relação e, portanto, a mais protegida pela lei.

31/10/2022
Grégore Barros

Milhões de brasileiros estão endividados e sem crédito no mercado, saiba que é perfeitamente possível sair dessa situação através de um acordo. Entenda a melhor forma de negociar e ficar livre do endividamento.

Os contratos bancários de empréstimos, financiamentos e afins são produtos oferecidos pelos Bancos e configuram uma relação de consumo, o consumidor é a parte mais frágil nessa relação e, portanto, a mais protegida pela lei.

É importante entender que o acordo é uma via de mão dupla, ambos cedem e formam uma condição ideal, se somente uma parte cedeu, não é um acordo e sim uma adesão.

Quando este tipo de situação estiver ocorrendo procure um profissional qualificado que com técnicas adequadas e aplicadas corretamente conseguirá fazer uma composição justa e dentro das possibilidades do consumidor.

Inicialmente saiba o valor atual da sua dívida, é necessário saber o tamanho da dívida, isso ajudará tanto no cálculo do saldo devedor, quanto na apresentação de uma proposta para a quitação. Lembrando que não é obrigatório concordar com o valor apresentado pelo Banco, caso discorde procure um Advogado capacitado para fazer análise dos juros e taxas e se estiverem abusivos e ilegais será necessário a judicialização para rever os valores.

Com o valor da sua dívida em mãos é preciso estabelecer o quanto do seu orçamento mensal pode ser comprometido com o pagamento da dívida, com isso, é possível fazer uma proposta ao banco que seja vantajosa para ambos e evitar uma nova dívida impagável.

Caso o seu orçamento mensal esteja no limite e não tenha sobras, analise a possibilidade de cortar os gastos supérfluos temporariamente até conseguir quitar a dívida. O sacrífico é temporário, pense no seu nome limpo e no peso que deixará de carregar.

Tome a iniciativa, não espere a cobrança da instituição financeira acreditando que irão propor uma super redução, isso não é regra e dificilmente acontece. Após apurar as bases da negociação demonstre interesse em regularizar a  situação, isso passa uma imagem de comprometimento com a sua condição financeira e favorece o seu relacionamento com o banco, o que vai ajudar a fechar um bom acordo. 

Nunca se sinta intimidado, muitas pessoas evitam procurar o banco por estar intimidado ou envergonhado, estar endividado é uma realidade para milhões de brasileiros e mesmo nessa situação existem direitos que defendem os consumidores inadimplentes.

Somente feche o negócio se as condições ofertadas estiverem de acordo com a sua realidade financeira. Muitas pessoas acabam caindo em armadilhas na tentativa de sair das dívidas.

Grégore Barros

Advogado da VR Advogados, Escritório especializado em demandas envolvendo instituições financeiras.

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