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Juiz autista toma posse como desembargador no TJ/SC

Alexandre Morais da Rosa foi diagnosticado na vida adulta com Transtorno do Espectro Autista nível 1.

1/12/2025
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Na quinta-feira, 27, o juiz e professor Alexandre Morais da Rosa tomou posse como desembargador do TJ/SC, após ser promovido pelo critério de antiguidade. Ele foi diagnosticado na vida adulta com TEA - Transtorno do Espectro Autista nível 1.

Com 27 anos de carreira, Alexandre é graduado e mestre em Direito pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina e doutor pela UFPR - Universidade Federal do Paraná. Atuou em diversas comarcas do Estado, como São José, Imbituba, Criciúma, Orleans, Balneário Camboriú, Itajaí, Descanso, São Miguel do Oeste, Porto União, Joinville e na capital.

Também foi juiz auxiliar da presidência do TJ/SC e juiz instrutor em gabinete de ministro do STF. Em 2019, passou a integrar a 3ª Turma Recursal e, em 2023, assumiu o cargo de juiz de 2º grau.

O diagnóstico de TEA foi confirmado em 2021, após avaliações conduzidas por psiquiatras e psicólogos. Segundo relatou em entrevistas anteriores, o reconhecimento tardio auxiliou na compreensão de seu funcionamento e na adaptação de rotinas profissionais, sobretudo em atividades que exigem interação e trabalho em equipe. Ele utiliza cordão de identificação de deficiência não visível em sessões e eventos institucionais.

Além da atuação no Judiciário, Alexandre é professor universitário e autor de obras jurídicas.

Alexandre Morais da Rosa tomou posse como desembargador.(Imagem: Cristiano Estrela/NCI TJSC)

Em 2023, Alexandre conversou com a equipe da TV Migalhas durante o Encontro Brasileiro da Advocacia Criminal. Na ocasião, o magistrado explicou o funcionamento da memória em registrar eventos ocorridos ao longo da vida.

"Esse registro depende da nossa atenção, se é uma atenção seletiva, full time, ou se estávamos envolvidos em outros questões. Tudo isso é reduzido em uma perspectiva de que nós tenhamos a possibilidade de reproduzir a realidade como ela aconteceu."

Ele ressaltou a importância de se levar em conta esses tipos de critério no momento de um testemunho, uma vez que a "memória é um fator de risco do agravamento de erros".

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