Gestão de precatórios federais e os desafios orçamentários
Estoque de precatórios atingiu R$131 bi em 2024. STF suspendeu tetos em 2023, viabilizando R$70,7 bi em 2025. Conciliação e reformas ajudam, mas crise fiscal persiste após 2026.
sexta-feira, 9 de maio de 2025
Atualizado às 09:52
O tema dos precatórios e das RPVs - Requisições de Pequeno Valor no âmbito da União Federal tem se destacado como um dos desafios fiscais e jurídicos mais prementes da administração pública brasileira contemporânea. Representando o reconhecimento de dívidas do Estado transitadas em julgado, esses instrumentos são cruciais para a materialização da justiça e para a manutenção da confiança dos cidadãos e das empresas no sistema legal. Contudo, o crescimento exponencial do estoque dessas obrigações, aliado a um complexo arcabouço normativo e a recentes e impactantes decisões judiciais, tem gerado um cenário de grande complexidade para a gestão das finanças públicas e para a previsibilidade dos pagamentos aos credores.
Este artigo técnico propõe uma análise aprofundada do estoque de precatórios da União, com ênfase nos dados mais recentes disponíveis até o final de 2024 e nas projeções para 2025. Partindo de uma revisão conceitual e do fundamento jurídico dos precatórios e RPVs, o estudo se debruçará sobre a evolução histórica desse passivo, identificando os principais vetores de seu crescimento. Será dada especial atenção às implicações das emendas constitucionais 113 e 114 de 2021, que instituíram um regime extraordinário de pagamentos, e, fundamentalmente, às decisões proferidas pelo STF nas ADIs - ações diretas de Inconstitucionalidade 7047 e 7064, que reconfiguraram significativamente o panorama para a quitação dessas dívidas.
A análise se estenderá aos reflexos dessas decisões na LOA - Lei Orçamentária Anual para 2025, detalhando como o orçamento federal se ajustou para acomodar o volume de pagamentos previstos, distinguindo entre despesas sujeitas e não sujeitas ao teto de gastos e aquelas computadas ou não na meta de resultado primário. O estudo também abordará a situação específica dos precatórios do Fundef - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, que possuem regras de parcelamento próprias.
O objetivo central é fornecer uma visão técnica e detalhada sobre os fatos que circundam o estoque de precatórios, o expressivo crescimento observado nos últimos anos e as consequências desse cenário para a administração pública, para os credores e para a economia nacional. Ao final, serão discutidos os desafios persistentes e as perspectivas futuras, considerando o arcabouço legal vigente e as tendências observadas. Este trabalho visa contribuir para o debate qualificado sobre a gestão dos precatórios, um tema de indiscutível relevância para a sustentabilidade fiscal e para a efetividade da prestação jurisdicional no Brasil.
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