Advogado pode fazer Business Plan? Aspectos legais e éticos da atuação profissional
Com vistos como EB-2 NIW e EB-5 em alta, cresce a busca por Business Plans qualificados. Advogados podem atuar, desde que respeitem limites legais e éticos.
quinta-feira, 10 de julho de 2025
Atualizado em 9 de julho de 2025 10:14
Com o aumento do número de brasileiros interessados em vistos como EB-2 NIW, EB-5 e L-1, cresce também a demanda por Business Plans qualificados e seguros. Nesse contexto, surge uma dúvida frequente:
Afinal, advogados podem elaborar Business Plans para imigração?
A resposta é sim, desde que observados alguns critérios legais e éticos fundamentais.
O Business Plan, no âmbito de um processo imigratório, não é apenas um plano de negócios comum. Ele é um documento técnico-jurídico, que serve para demonstrar à imigração americana:
- A viabilidade econômica do projeto;
- O impacto nacional ou regional nos EUA;
- A legalidade da estrutura empresarial;
- A adequação aos critérios específicos da USCIS.
Isso exige, além de conhecimento empresarial, conhecimento jurídico imigratório.
O papel do advogado
Advogados especializados em imigração podem - e devem - participar da elaboração do Business Plan, justamente porque:
- Conhecem os critérios objetivos de cada tipo de visto;
- Sabem interpretar memorandos, decisões administrativas e manuais da USCIS;
- Têm capacidade de integrar o plano aos demais elementos da petição.
É diferente de um redator comum ou consultor financeiro. O advogado possui visão jurídica, domina os fundamentos legais e sabe como o plano deve dialogar com as demais provas do processo.
Aspectos éticos
Segundo o Código de Ética da OAB e também os princípios que regem a advocacia nos Estados Unidos, o advogado deve atuar:
- Dentro da sua competência;
- Com responsabilidade técnica;
- Sem prometer resultados;
- Com respeito à confidencialidade do cliente.
Portanto, o advogado que redige ou supervisiona um Business Plan não está exercendo função imprópria, mas sim atuando em uma área interdisciplinar legítima, desde que mantenha a ética e a transparência.
Inclusive, a própria USCIS reconhece o papel de advogados no processo de estruturação do Business Plan, especialmente quando o plano é acompanhado de petições, cartas de intenção e documentos jurídicos.
E o que o advogado não pode fazer?
- O advogado não pode se apresentar como contador ou economista se não o for;
- Não pode prestar consultoria migratória fora de sua habilitação legal (caso não esteja licenciado nos EUA, por exemplo);
- Não pode oferecer "garantias" de aprovação.
A vantagem para o cliente
Quando o plano é elaborado ou supervisionado por um advogado com experiência em imigração:
- Os riscos de negativa diminuem drasticamente;
- O conteúdo ganha robustez técnica e jurídica;
- O plano fica integrado ao processo como um todo, o que facilita a aprovação.
Conclusão
Sim, advogados podem - e devem - participar da elaboração de Business Plans para vistos americanos, especialmente quando possuem conhecimento técnico-jurídico específico e experiência na área de imigração.
A atuação do advogado agrega valor, segurança e coerência ao processo, desde que seja feita com responsabilidade, ética e transparência.
E para o cliente, é uma escolha que representa menos risco, mais qualidade e muito mais chances de sucesso.
Ricardo Fernandes
Professor, Escritor, Pesquisador, Palestrante, Policial Miltiar da Reserva. É Advogado Especialista em Concurso Público, Direito da PCD, Direito Internacional. Direito Processual Civil, Administrativo
Thomaz Gouveia Leite Fernandes
Estagiário Horizon Hi Scholl - OCPS