O instinto da conservação da espécie, que é o amor, deve ser de qualquer modo tratado como o instinto da conservação pessoal, que é a fome. Não há estômago que resista a faisão-dourado todos os dias; o melhor acepipe, senão for discretamente servido, enfastiará no fim de algum tempo. O mesmo acontece no matrimônio: os cônjuges acabam invariavelmente por se enfararem um do outro, não pelo uso que fazem do seu amor, mas pelo abuso mútuo da convivência e da ternura.