MIGALHAS QUENTES

  1. Home >
  2. Quentes >
  3. Migalhas Quentes >
  4. Banco é condenado por firmar contrato com analfabeta sem testemunha
Danos morais

Banco é condenado por firmar contrato com analfabeta sem testemunha

Decisão é da 10ª câmara Cível do TJ/MG.

Da Redação

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Atualizado às 08:00

A 10ª câmara Cível do TJ/MG negou provimento a recurso de instituição financeira contra decisão que a condenou a indenizar, por danos morais, mulher analfabeta que teve nome incluído em cadastros de restrição ao crédito, após o suposto descumprimento de contrato, firmado sem testemunhas.

A autora ajuizou ação afirmando que, ao fazer compras e tentar pagar no crediário, descobriu que seu nome estava registrado em cadastros de proteção ao crédito. Ela procurou, então, a Câmara de Diretores Lojistas de sua cidade e constatou que um banco havia negativado seu nome em setembro de 2008, quando ela estava com 81 anos, por um débito que não contraíra, no valor de R$ 256,93.

O juízo de 1ª instância declarou inexistente o débito em questão e condenou a instituição financeira a indenizar a idosa por danos morais. O caso chegou então ao 2º grau.

Em recurso, a instituição afirmou que não há prova de cometimento de ato ilícito passível de reparação. Asseverou que a dívida é lídima e que a autora só foi incluída nos cadastros de restrição ao crédito em decorrência de sua inadimplência.

Ao analisar a ação, a desembargadora Mariângela Meyer, relatora, afirmou que a assinatura do contrato havia sido feita apenas com a digital da recorrente, "sem a presença de qualquer testemunha e sem a certeza de que a ela teriam sido prestadas todas as informações acerca de seu conteúdo".

"Para que um negócio jurídico firmado por pessoa analfabeta tenha validade é necessário que tenha sido firmado por meio de instrumento público, o que implica na presença obrigatória das partes perante o tabelião de cartório devidamente registrado, ou ainda, por intermédio de procurador constituído, ao qual tenham sido outorgados poderes por instrumento público", destacou a magistrada.

Segundo a relatora, na área reservada à assinatura da autora constava apenas sua impressão digital, inexistindo instrumento público que possibilitasse a validade do ato, ou representação por procurador constituído de forma pública "ou sequer testemunhas". Negou, então, provimento ao recurso, a fim de manter a condenação determinada pela sentença.

Confira a decisão.

Patrocínio

Patrocínio

Patrocínio Migalhas
TORRES & SILVA SOCIEDADE DE ADVOGADOS LTDA
TORRES & SILVA SOCIEDADE DE ADVOGADOS LTDA

TORRES & SILVA SOCIEDADE DE ADVOGADOS LTDA

FREDERICO SOUZA HALABI HORTA MACIEL SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

FREDERICO SOUZA HALABI HORTA MACIEL SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

ADRIANA MARTINS SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
ADRIANA MARTINS SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

Nosso escritório é formado por uma equipe de advogados especializados, nas áreas mais demandas do direito, como direito civil, trabalhista, previdenciário e família. Assim, produzimos serviços advocatícios e de consultoria jurídica de qualidade, com muito conhecimento técnico e jurídico. A...