Gilmar Mendes: prisão de Collor não abre precedente para Bolsonaro

Ao conversar com jornalistas, explicou que o fato de já haver votos registrados no plenário virtual o fez voltar atrás no pedido de destaque no julgamento que discute a prisão do ex-presidente Fernando Collor. Ele ainda negou que este julgamento possa servir como qualquer precedente para Bolsonaro.

"Cada caso tem suas peculiaridades, e não acho que devamos tirar qualquer outra conclusão."

Mas se manteve firme ao afirmar que a Corte cumpriu seu papel quando provocada em momentos de grave risco institucional, como a pandemia e os ataques antidemocráticos. "O populismo não trabalha de maneira natural com a democracia constitucional, já que esta exige limites e observância de regras e de competência."

Neste sentido, afirmou, em entrevista aos jornalistas, que não há como anistiar os envolvidos no 8 de janeiro. Já sobre a revisão da pena dos condenados, disse que "o próprio Tribunal tem respondido a essas demandas, determinando, por exemplo, que pessoas que têm problemas de saúde ou outras condições especiais cumpram a pena em prisão domiciliar, e isso não é estranho ao afazer do tribunal. Isso será contemplado desde que haja requerimento e pedidos de defesa".

Veja trecho:

Ao relembrar o protagonismo da Lava Jato e seus integrantes, criticou os métodos empregados na operação e a politização da investigação. "Fui ao Congresso Nacional discutir as dez medidas que Curitiba produziu. Entre elas, estava a supressão do habeas corpus. Tudo isso mostra a debilidade do sistema."

Em seguida, divertiu os participantes ao contar que recomendou a Paulo Guedes que coloque em sua biografia que "ter tirado Moro de Curitiba talvez tenha sido sua maior contribuição ao país".