"Rataria e código Morse": Moraes ironiza linguagem de acusados do 8/1
Para ministro, acusados utilizavam linguagem cifrada.
Da Redação
terça-feira, 6 de maio de 2025
Atualizado às 18:47
Nesta terça-feira, 6, em sessão da 1ª turma do STF, durante a análise da denúncia apresentada pela PGR contra o Núcleo 4 dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, ministro Alexandre de Moraes ironizou a quantidade de palavrões utilizados pelos investigados, sugerindo que se trataria de um verdadeiro "código Morse".
Ao relatar o conteúdo das mensagens trocadas por supostos articuladores dos atos golpistas, Moraes leu trecho em que os acusados excluíam da reunião pessoas consideradas "acima da linha da ética".
"Tem que ser petit comité, tem que ser a rataria, ele e a rataria, com o comandante do Exército", leu o ministro.
Na sequência, mencionou que os diálogos continham diversos palavrões, o que motivou sua crítica.
"Deve ser uma linguagem cifrada da organização criminosa, que a Polícia Federal ainda não conseguiu decifrar. A quantidade de palavrões deve equivaler ao código Morse - cada palavrão parece ter um significado próprio. Mas nós ainda vamos decifrar isso, comparando todos os núcleos no curso da ação penal."
Crime ambiental?
A expressão "rataria", usada pelos investigados de forma pejorativa para se referir aos participantes mais próximos da reunião, foi alvo de comentário sarcástico do ministro Flávio Dino, que brincou com a possibilidade de crime ambiental.
"Ficou uma dúvida para o Ministério Público: por que não houve imputação de crime ambiental por conta da rataria?", questionou.
Em resposta, Moraes disse: "Há possibilidade de emendatio libelli", referindo-se à possibilidade de readequação da acusação durante o processo penal.
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