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O que defesa de Bolsonaro perguntou a Mauro Cid no STF? Confira

Questionamentos abordaram temas como sua função no governo, o episódio de 8 de janeiro, movimentações políticas e conteúdo de documentos e mensagens.

Da Redação

terça-feira, 10 de junho de 2025

Atualizado às 08:23

Durante interrogatório no STF realizado nesta segunda-feira, 9, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid respondeu a perguntas formuladas pelo advogado de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi.

Os questionamentos abordaram temas como sua função no governo, a reunião de 28 de novembro, o episódio de 8 de janeiro, movimentações políticas e o conteúdo de documentos e mensagens.

Veja trecho:

Ajudante de ordens: função e hierarquia

Cid explicou que sua função era prestar assistência direta, imediata e ininterrupta ao presidente da República, conforme previsto em decreto. Ele chefiava uma equipe de cerca de 32 pessoas, entre civis e militares, incluindo três ajudantes de ordens - um da Marinha, um do Exército e um da Aeronáutica - além dele próprio, que era o chefe. Segundo ele, essa posição justificava sua maior proximidade com o presidente. "Era tudo, a toda hora", resumiu.

Desconhecimento sobre o 8 de janeiro

Questionado se teve qualquer informação prévia sobre a organização ou a violência ocorrida em 8 de janeiro, Cid negou. Afirmou que não ouviu, no Palácio da Alvorada, qualquer comentário, plano ou incentivo que vinculasse o então presidente aos atos que culminaram na invasão dos prédios dos Três Poderes.

"Se não for encontrada fraude..."

Vilardi questionou Cid sobre a repetição da frase "se não for encontrada fraude, nada vai acontecer", perguntando se essa análise partia de Bolsonaro. Cid respondeu que era uma percepção pessoal, baseada em sua leitura da conjuntura e no conhecimento da postura legalista do general Freire Gomes. Acrescentou que, mesmo diante de pressões, sabia que sem o apoio das Forças Armadas nada seria feito. "O presidente nunca expressou a ideia de que, achando a fraude, assinaria um decreto", afirmou.

Quatro linhas da Constituição

Ao ser perguntado se ouviu o então presidente dizer que só agiria "dentro das quatro linhas da Constituição", Cid respondeu afirmativamente: "Sim, senhor."

Apresentação de PowerPoint

Cid esclareceu que não apresentou PowerPoint na reunião de 7 de dezembro. Segundo ele, esse material havia sido mostrado apenas na primeira reunião com o então presidente, quando se discutiu uma minuta com "considerandos", exibida na televisão por meio de um arquivo de Word.

 (Imagem: Pedro Ladeira/Gabriela Biló/Folhapress)

Defesa de Jair Bolsonaro inquiriu Mauro Cid no STF.(Imagem: Pedro Ladeira/Gabriela Biló/Folhapress)

Minuta do golpe

Sobre a chamada "minuta do golpe", encontrada em seu celular, Cid disse não saber quem a enviou e afirmou não conseguir afirmar se foi algum interlocutor da reunião do dia 28 de novembro. Alegou que recebia grande volume de documentos e que esse arquivo ficou "esquecido".

Também não confirmou se o anexo recebido por WhatsApp naquele dia era a carta aos comandantes. Disse ainda que o conteúdo da minuta não parecia redigido por integrantes do grupo com quem se reuniu.

Discussão de minuta na reunião

Cid negou que, na reunião do grupo conhecido como "kids pretos" do dia 28 de novembro, tenha sido discutida a elaboração de qualquer documento escrito relacionado a um golpe de Estado.

Centro de gravidade: críticas a Alexandre de Moraes

Questionado sobre a existência de conversas relacionadas à elaboração de documentos golpistas, Mauro Cid negou que, na reunião dos "kids pretos", em 28 de dezembro, tenha havido qualquer menção à redação de uma minuta de golpe. Também rechaçou que seu nome tenha sido formalmente associado ao conceito militar de "centro de gravidade" em estratégias antidemocráticas.

No entanto, Cid confirmou que o ministro Alexandre de Moraes foi alvo de críticas e xingamentos durante a reunião. "As mesmas críticas que o senhor recebe, os mesmos xingamentos, de certa forma, passaram por ali", disse. Ele classificou o encontro como uma "conversa de bar", marcada por informalidade, memes e desabafos. "Esse cara é um desgraçado", exemplificou, referindo-se às ofensas proferidas contra o ministro. Negou, porém, que houvesse qualquer planejamento concreto de ações contra instituições.

Contato com imprensa e uso de redes sociais

Cid afirmou não ter conversado com jornalistas ou investigados sobre delação. Disse também que não usou redes sociais e que todos os seus dispositivos - nove celulares, três computadores e tablets - foram apreendidos pela Polícia Federal. Sobre um perfil com o nome Gabriela R702, disse desconhecer, mas mencionou que Gabriela é o nome de sua esposa.

Documento "Copa 22" e plano de violência

Ao ser perguntado se teve conhecimento de que o documento "Copa 22" tratava de eliminação de pessoas, Cid negou. Afirmou que o único conteúdo a que teve acesso era um pedido de recursos logísticos.

Reunião com Braga Netto

Cid disse que, antes da reunião com o general Braga Netto, não sabia o que seria discutido. Explicou que dois militares o procuraram indignados com a situação política e que ele sugeriu que conversassem com o general. Afirmou que o encontro foi articulado de forma informal, com o intuito de dialogar.

Pedido de rascunho logístico

Em 8 de novembro de 2022, Cid enviou mensagem a Rafael Martins de Oliveira pedindo um "rascunho". Esclareceu que o pedido era referente a uma planilha logística, com dados necessários para subsidiar uma solicitação de verba. Disse que o major Oliveira foi o responsável por esse pedido.

Relação com o general Teófilo

Sobre o general Teófilo, disse não ter intimidade. Conversou poucas vezes com ele, sempre de maneira formal e restrita.

Mudança do presidente do Alvorada

Cid afirmou que não participou da transferência de Bolsonaro do Palácio da Alvorada. Disse que essa movimentação foi coordenada por membros da nova equipe, como o coronel Câmara e Crivellati.

Conselhos da República

Questionado se o presidente teria cogitado convocar o Conselho da República ou o Conselho de Defesa Nacional, Cid negou: "O presidente nunca comentou sobre isso."

Operações "Punhal Verde e Amarelo" e "Copa 22"

Cid negou conhecer essas operações e disse nunca ter falado sobre elas com o então presidente da República.

Acampamentos

Indagado se Bolsonaro teria incentivado ou pedido a desmobilização dos acampamentos em frente aos quartéis, Cid afirmou que o presidente não tomou iniciativa nesse sentido. "Ele nunca mobilizou, mas também não mandou embora." Segundo Cid, Bolsonaro teria dito, ao ser questionado por apoiadores: "Não fui eu que chamei eles aqui, não sou eu que vou mandá-los embora."

Reuniões com empresários

Por fim, questionado sobre reuniões com empresários investigados - como Luciano Hang, Meyer Nigri e representantes da Centauro - nos meses de novembro e dezembro de 2022, Cid disse não se recordar e opinou: "Acho que não, quase certeza que não."

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