Suzy Camacho é indiciada por suposto desvio de R$ 42 mi de ex-marido
A defesa dela afirma que a cliente é vítima de uma "armação" promovida pelos filhos de Farid Curi em razão de disputas patrimoniais.
Da Redação
sexta-feira, 4 de julho de 2025
Atualizado às 10:39
A Polícia Civil de São Paulo indiciou a psicóloga e ex-atriz Suzy Camacho por suspeita de desvio de aproximadamente R$ 42 milhões do empresário Farid Curi, com quem foi casada entre 2013 e 2022. A investigação, conduzida pelo 4º Distrito Policial (Consolação), concluiu que a ex-atriz se aproveitou da fragilidade física e cognitiva do então marido para movimentar recursos em benefício próprio e de familiares próximos, inclusive fora do Brasil.
O caso tramita sob segredo de justiça e é analisado pelo Ministério Público de São Paulo. O inquérito, finalizado em junho, apura possíveis crimes previstos nos artigos 102 e 107 do Estatuto do Idoso, que tratam de apropriação indevida de bens de pessoas idosas e de coação para obtenção de procurações ou transferências patrimoniais.
Segundo a polícia, o crescimento do patrimônio de Suzy entre 2019 e 2022 é incompatível com os rendimentos declarados à Receita Federal, e o rastreamento bancário apontou movimentações vultosas, inclusive em contas em Mônaco e Miami.
Ainda de acordo com a investigação, Curi, que sofria de encefalite herpética e morreu aos 85 anos em 2022, foi afastado do convívio com filhos e de sua funcionária de confiança. A administração de seus bens teria sido transferida à Suzy e, posteriormente, ao irmão dela, que passou a figurar como cotitular de conta usada para realizar saques e transferências para terceiros.
O inquérito também aponta indícios de uso indevido de atestados médicos com o objetivo de manter o controle financeiro sobre o empresário e resgatar cerca de R$ 11 milhões em recursos bloqueados.
Defesa questiona legalidade do inquérito
Em nota pública, a defesa de Suzy Camacho afirma que a cliente é vítima de uma "armação" promovida pelos filhos de Farid Curi em razão de disputas patrimoniais. O advogado Luiz Flávio Borges D'Urso (D'Urso e Borges Advogados Associados) argumenta que o inquérito policial violou o sigilo de justiça ao ter informações divulgadas na imprensa e utilizou dados do Coaf - Conselho de Controle de Atividades Financeiras sem autorização judicial, o que, segundo ele, compromete a validade dos elementos investigativos.
A defesa também alega que o relatório final elaborado pela Polícia Civil é parcial, ignora provas favoráveis à cliente e desconsidera investigações que teriam sido instauradas contra os filhos do empresário por denunciação caluniosa, ameaça, perseguição e escuta ambiental ilegal. Segundo D'Urso, "o inquérito faz juízo de valor sobre provas e depoimentos colhidos, focando somente uma das partes".
O advogado afirma que Suzy Camacho e Farid Curi mantinham contas conjuntas durante o casamento - celebrado com separação total de bens - e que os filhos do empresário teriam recebido, em vida, doações que somam R$ 300 milhões.
Ainda de acordo com a nota, o testamento que beneficiaria Suzy está sendo contestado judicialmente pelos filhos, mas teria sua autenticidade confirmada por sete laudos periciais, incluindo um elaborado pelo Instituto Del Picchia.
A defesa conclui dizendo que a ex-atriz confia na Justiça e que o conjunto probatório de mais de 12 mil páginas comprova sua inocência.
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