Moraes determina a remoção de acampamento na Praça dos Três Poderes
Decisão também proibiu a instalação de qualquer acampamento no raio de 1 km da Esplanada dos Ministérios e dos quartéis das Forças Armadas.
Da Redação
sábado, 26 de julho de 2025
Atualizado em 28 de julho de 2025 11:40
Na última sexta-feira, 25, ministro Alexandre de Moraes, do STF, ordenou a remoção imediata dos deputados federais Hélio Lopes e Coronel Chrisóstomo, participantes de manifesto na Praça dos Três Poderes, além de quaisquer outras pessoas que estivessem acampadas nas imediações da Corte.
A medida atendeu pedidos da PGR, autorizando a prisão em flagrante caso os manifestantes se recusassem a deixar o local após intimação. Para o ministro, os deputados estariam participando de "possível prática criminosa".
Além disso, Moraes proibiu a instalação de qualquer acampamento num raio de 1 km da Praça dos Três Poderes, da Esplanada dos Ministérios e dos quartéis das Forças Armadas, com o objetivo de assegurar a efetividade das decisões judiciais e preservar a ordem pública.
O cumprimento imediato da decisão foi atribuído à PM/DF e à PF. À Polícia Militar coube especificamente a responsabilidade de adotar "todas as providências necessárias à efetiva remoção dos referidos indivíduos do local".
O governador do DF, Ibaneis Rocha, foi intimado pessoalmente, com advertência expressa de que não poderá autorizar novos acampamentos na Praça dos Três Poderes.
Para garantir o cumprimento da ordem judicial, o governador foi à praça e negociou diretamente com os parlamentares, que decidiram sair do local de forma pacífica.
Embora não estivessem presentes, os deputados Sóstenes Cavalcante, Cabo Gilberto Silva e Rodrigo da Zaeli também foram citados na decisão.
"Avisem o ministro Alexandre de Moraes que ele deve estar confundindo os fatos ou surtando. Estou no Rio de Janeiro, trabalhando na minha base eleitoral. Não estou em frente ao STF, como ele decidiu afirmar em sua decisão de me retirar", respondeu Sóstenes, no X.
Greve de silêncio
Segundo informado pelo Estadão, o protesto dos parlamentares iniciou na tarde de sexta-feira, quando o deputado Hélio Lopes (PL-RJ) foi sozinho à Praça dos Três Poderes, montou uma barraca, e anunciou greve de silêncio em protesto contra as medidas judiciais impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Pouco depois, recebeu apoio de populares e de outros deputados bolsonaristas, que também se dirigiram ao local.
Nas redes sociais, Hélio Lopes anunciou que está em "jejum de palavras" e com a boca coberta como símbolo de "resistência" contra o Supremo.
"Há momentos em que o silêncio fala mais alto que qualquer discurso. Quando a verdade é sufocada e a justiça vira espetáculo, as palavras se tornam reféns e o silêncio, um ato de resistência!", escreveu.
Coronel Chrisóstomo também se manifestou: "Ao lado de @depheliolopes, estamos representando cada brasileiro que não aguenta mais a atuação do nosso judiciário e das irresponsabilidades do atual governo. O Brasil vai quebrar! Não aceitamos mais toda injustiça e perseguição. Chega! REAJA, BRASIL. É hora do povo nas ruas".
Confira a publicação:
Ao lado de @depheliolopes, estamos representando cada brasileiro que não aguenta mais a atuação do nosso judiciário e das irresponsabilidades do atual governo. O Brasil vai quebrar! Não aceitamos mais toda injustiça e perseguição. Chega! REAJA, BRASIL. É hora do povo nas ruas ???? pic.twitter.com/wP7oAMgnlT
— Coronel Chrisóstomo (@DepChrisostomo) July 26, 2025
O inquérito tramita sob sigilo.