Após ameaças, OAB/RJ pede ajuda do Estado para reforçar segurança
Presidente da seccional, Ana Tereza Basílio, se reúne com o secretário de Segurança para discutir medidas de proteção após sobrevoo de drone e ameaças atribuídas a grupos extremistas.
Da Redação
terça-feira, 29 de julho de 2025
Atualizado às 10:16
Após receber ameaças de ataque à sede da OAB/RJ, a presidente da seccional, Ana Tereza Basílio, se reúne nesta terça-feira, 29, com o secretário de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, para discutir medidas de segurança.
Ameaças
No dia 2 de julho, autoridades da área de segurança pública emitiram um alerta sobre uma possível ameaça relacionada a grupos extremistas. Diante da gravidade do informe, a presidente da OAB/RJ determinou o fechamento da sede, localizada na Avenida Marechal Câmara, 150, no centro da cidade, até o meio-dia da quinta-feira, 3. Em nota, a entidade informou que todas as atividades previstas foram canceladas.
No dia seguinte, o Grupo de Bombas e Explosivos da Polícia Federal, com apoio do Grupamento Antibomba da Polícia Civil, realizou uma varredura minuciosa nos 12 andares do edifício. A operação contou com a participação de doze cães farejadores. Após a inspeção, o prédio foi liberado e o expediente retomado ainda na tarde daquele dia.
No domingo, 20, um drone foi flagrado sobrevoando a residência da presidente da seccional, elevando o nível de alerta das autoridades.
Apoio institucional
Diante dos episódios, o Conselho Federal da OAB divulgou nota oficial de apoio à seccional do Rio de Janeiro e de repúdio às tentativas de intimidação.
Veja a íntegra:
O Conselho Federal da OAB repudia as tentativas de intimidação dirigidas à seccional do Rio de Janeiro e à sua presidente, Ana Tereza Basílio. A advocacia não se curva a ameaças.
Ana Tereza Basílio é uma líder aguerrida, respeitada por sua trajetória em defesa das prerrogativas e pelo compromisso com a advocacia fluminense. Qualquer tentativa de constranger sua atuação ou de abalar a autonomia institucional da seccional afronta os princípios democráticos e o livre exercício da profissão.
Em total e irrestrito apoio à presidente e à advocacia do estado, a OAB Nacional reafirma que toda e qualquer forma de coação será enfrentada com firmeza e união.
Felipe Sarmento
Presidente em exercício do Conselho Federal da OAB
Relembre o caso da carta-bomba
Em 27 de agosto de 1980, a secretária da OAB, Lyda Monteiro da Silva, morreu ao abrir uma carta-bomba endereçada ao então presidente da entidade, Eduardo Seabra Fagundes. O atentado ocorreu durante o regime militar.
Segundo a Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, vinculada ao governo estadual, o episódio aconteceu em um contexto em que a OAB denunciava desaparecimentos e casos de tortura de perseguidos políticos. O caso é lembrado como um marco da violência contra instituições da sociedade civil durante a ditadura.
Informações: Agência Brasil.