IA escreve bem, mas não tem compromisso com a verdade, alerta juíza
Caroline Somesom Tauk destacou que a revisão humana é indispensável no uso da ferramenta.
Da Redação
sexta-feira, 29 de agosto de 2025
Atualizado às 16:21
"A Inteligência Artificial generativa já é uma realidade no Judiciário." A afirmação foi feita pela juíza Federal do RJ Caroline Somesom Tauk, em entrevista ao Migalhas, ao destacar que proibir o uso da tecnologia não seria "saudável" para o momento atual.
Segundo a magistrada, o CNJ está regulamentando a aplicação da IA, que deve ser feito "trazendo transparência, trazendo proteção de dados, evitando que dados sigilosos sejam utilizados com Inteligência Artificial Generativa e trazendo sempre a indispensável supervisão e revisão humana".
Isso porque, segundo Caroline, é necessária atenção à qualidade textual da IA, que pode induzir ao erro.
"A Inteligência Artificial escreve muito bem, quando você lê qualquer coisa gerada pela IA, você se convence do que está escrito ali, ainda que esteja errado."
Veja a entrevista:
Por isso, a juíza defendeu que magistrados e advogados tenham o cuidado de revisar o material produzido, já que a tecnologia "não tem compromisso com a verdade, não tem compromisso com o ético ou com o antiético".
Na mesma linha de cautela, a magistrada criticou o excesso de marketing em torno da tecnologia, destacando que muitas promessas não correspondem à realidade.
"Esse discurso seduz muito, mas, na realidade, ele não corresponde ao que ela entrega atualmente."
Assista:
O evento
De 28 a 30 de agosto, Campos do Jordão/SP sedia o 16º Encontro Anual AASP. O evento reúne ministros, magistrados e advogados de diferentes áreas para debater os principais desafios do Direito na atualidade, com foco na atualização profissional e no compartilhamento de experiências.