STJD libera Bruno Henrique para jogar enquanto recurso é analisado
Atacante do Flamengo recorre de suspensão de 12 partidas por suposta ligação com apostas.
Da Redação
domingo, 14 de setembro de 2025
Atualizado às 08:53
O STJD - Superior Tribunal de Justiça Desportiva liberou o atacante Bruno Henrique a entrar em campo enquanto aguarda o julgamento do apelo contra a punição de 12 partidas de suspensão.
O tribunal concedeu efeito suspensivo ao recurso apresentado pelo Flamengo contra a decisão imposta pela 1ª Comissão Disciplinar do tribunal no início do mês.
Pelo que Bruno Henrique responde?
O processo teve origem em novembro de 2023, durante partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Pendurado com dois cartões amarelos, Bruno Henrique recebeu o terceiro, episódio que levantou suspeitas devido ao volume expressivo de apostas nesse mercado específico.
A investigação apontou que familiares e amigos do atleta teriam se beneficiado financeiramente da advertência.
Entre os nomes citados, estavam o irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior, a esposa dele, Ludymilla Araújo Lima, a prima Poliana Ester Nunes Cardoso e amigos próximos.
Conversas localizadas no celular de Wander, durante operação da Polícia Federal, reforçaram a suspeita de manipulação.
Julgamento
Em julgamento que se estendeu por mais de oito horas, a 1ª Comissão Disciplinar absolveu Bruno Henrique da acusação prevista no art. 243 do CBJD - Código Brasileiro de Justiça desportiva, que pune a atuação deliberada em prejuízo da própria equipe.
Contudo, por 4 votos a 1, os auditores o condenaram com base no art. 243-A, que trata de condutas desleais ou fraudulentas com o objetivo de influenciar o resultado de uma partida.
O relator Alcino Guedes destacou que houve "atitude que viola a ética desportiva".
A maioria acompanhou o entendimento e aplicou a pena mínima prevista, de 12 jogos de suspensão e R$ 60 mil de multa.
Defesa e recurso
A defesa do jogador, conduzida pelo advogado Michel Assef Filho, sustentou a tese de prescrição e pediu a absolvição de todas as acusações, alegando que o cartão amarelo não causou prejuízo esportivo ao Flamengo.
O pedido de prescrição foi rejeitado por 3 votos a 2, e os argumentos da defesa não prosperaram.
Após o resultado, o Flamengo ingressou com pedido de efeito suspensivo, acatado pelo tribunal, o que assegura ao atacante plena condição de jogo até que o Pleno analise o mérito do recurso.
Processo criminal em paralelo
Além da esfera desportiva, Bruno Henrique responde a ação penal na Justiça do Distrito Federal.
Em julho de 2025, o juiz de Direito Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª vara Criminal de Brasília/DF, aceitou parcialmente denúncia apresentada pelo MP, tornando o atleta e seu irmão réus por fraude em competição esportiva.
O magistrado rejeitou, contudo, a imputação de estelionato e afastou pedido do MP para imposição de fiança de R$ 2 milhões. Caso condenado, o atacante poderá cumprir pena de até seis anos de reclusão.
A investigação foi conduzida pela Polícia Federal em parceria com os MPs do RJ e do DF, que em 2023 cumpriram 12 mandados de busca e apreensão, incluindo no centro de treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, e na residência do atleta.





