Gilberto Gil processa padre por intolerância religiosa contra Preta
Em homilia divulgada na internet, o sacerdote associou religiões afro-brasileiras a "forças ocultas" e debochou da fé da família ao insinuar que os orixás não teriam ressuscitado a cantora.
Da Redação
segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Atualizado em 14 de outubro de 2025 10:33
Gilberto Gil e familiares ingressaram com ação de indenização por danos morais na Justiça do Rio de Janeiro contra o padre Danilo César, responsável pela paróquia São José, em Areial/PB, após o religioso ironizar, durante homilia transmitida ao vivo, as religiões de matriz africana e a fé da artista e de seu pai.
No processo, Gilberto Gil, sua esposa Flora, os filhos Nara, Marília, Bela, Maria, Bem e José, e o neto Francisco, filho de Preta, pleiteam R$ 370 mil.
Racismo religioso
O sacerdote é acusado de intolerância e racismo religioso por declarações feitas durante uma homilia transmitida pela internet, poucos dias após a morte da artista, em julho.
Durante o sermão, o religioso ironizou as crenças da família Gil e fez referências depreciativas às religiões de matriz africana. Em um dos trechos citados na ação, ele afirmou:
"Gilberto Gil fez uma oração aos orixás. Cadê o poder desses orixás, que não ressuscitou Preta Gil? Tá lá. Eles já enterraram. Pois é. E tem gente católica que pede a essas forças ocultas... Eu só queria que o diabo viesse e levasse."
Segundo informações do jornal O Globo, na petição, os autores alegam que o discurso foi reproduzido nas redes sociais e acabou alimentando manifestações de intolerância e comentários preconceituosos.
O documento aponta ainda que, antes de recorrer ao Judiciário, foi enviada uma notificação extrajudicial à diocese de Campina Grande, solicitando retratação pública e sanção ao padre, mas não houve resposta.





