Bolsonaro é preso preventivamente pela PF
Ex-presidente foi detido na manhã deste sábado, 22, por ordem do STF; medida é cautelar e não relacionada ao cumprimento de pena.
Da Redação
sábado, 22 de novembro de 2025
Atualizado às 09:36
O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado, 22, em operação da Polícia Federal.
A decisão foi proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que converteu cautelares anteriormente imposta em recolhimento cautelar na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal.
O ministro fundamentou a medida com base em fatos novos identificados pela PF, que indicaram risco de fuga e tentativa de obstrução da fiscalização das medidas cautelares.
- Leia aqui a decisão.
O comboio com Bolsonaro chegou à sede da PF às 6h35. Segundo a decisão, a Polícia Federal informou que, na noite de sexta-feira, 21, o senador Flávio Bolsonaro divulgou vídeo convocando apoiadores para uma "vigília pela saúde de Bolsonaro e pela liberdade no Brasil", marcada para este sábado, no entorno do condomínio onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar.
Veja:
Para Moraes, a mobilização poderia gerar tumulto suficiente para dificultar a execução de medidas judiciais e criar ambiente propício para fuga, repetindo métodos já identificados na tentativa de golpe de 2022.
Além disso, o sistema de monitoramento eletrônico do DF registrou, às 0h08 deste sábado, violação da tornozeleira eletrônica utilizada por Bolsonaro, fato citado pelo ministro como indicativo adicional de tentativa de evasão.
O ministro também destacou que outros investigados e condenados na mesma ação penal, como Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, já haviam se evadido do país para se furtar à aplicação da lei, reforçando o risco concreto de fuga.
"A Democracia brasileira atingiu a maturidade suficiente para afastar e responsabilizar patéticas iniciativas ilegais em defesa de organização criminosa responsável por tentativa de golpe de Estado no Brasil. Primeiro, um dos filhos do líder da organização criminosa, Eduardo Bolsonaro, articula criminosamente e de maneira traiçoeira contra o próprio País, inclusive abandonando seu mandato parlamentar. Na sequência, o outro filho do líder da organização criminosa, Flávio Bolsonaro, insultando a Justiça de seu País, pretende reeditar acampamentos golpistas e causar caos social no Brasil, ignorando sua responsabilidade como Senador da República."
A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela necessidade da medida, afirmando não se opor ao pedido.
Pedido da defesa
Na tarde de ontem, 21, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro peticionou ao ministro Alexandre de Moraes pedindo a concessão de prisão domiciliar humanitária ao ex-presidente, caso venha a ser determinada a execução da pena em regime fechado.
Segundo os advogados, a manutenção em penitenciária representaria "risco concreto e imediato" à sua saúde.
Condenação
A 1ª turma do STF fixou, em setembro, a pena de 27 anos e 3 meses para o ex-presidente Jair Bolsonaro no processo que apura a suposta trama golpista de 2022.
Por maioria, os ministros acompanharam o relator, Alexandre de Moraes, que estabeleceu 24 anos e 9 meses de reclusão, 2 anos e 6 meses de detenção e 124 dias-multa, com início do cumprimento em regime fechado.
Moraes afirmou que Bolsonaro atuou como líder de organização criminosa voltada a atacar as instituições e tentar permanecer no poder por meios ilegítimos.
- Processo: Pet 14.129






