Migalhas Quentes

TST vê fraude e mantém penhora de imóvel vendido a filha de executado

A alegação de boa-fé da compradora foi rejeitada, evidenciando a intenção de frustrar a execução judicial.

2/6/2025

A 1ª turma do TST manteve a penhora de imóvel adquirido por mulher que tentou anular a penhora de seu próprio pai, sócio de empresa executada em ação trabalhista. Por unanimidade, o colegiado entendeu que a venda do bem constituiu fraude à execução e afastou a alegação de boa-fé da compradora, visto que o negócio jurídico teve o objetivo de frustrar a satisfação do crédito do trabalhador.

O pai, sócio de empresa envolvida em uma ação trabalhista, foi incluído no processo em 2003. Anos depois, adquiriu o imóvel por escritura pública não registrada. Em 2010, desfez o negócio e, no mesmo dia, transferiu o bem para sua filha.

O TRT da 9ª região considerou a operação suspeita, entendendo que o objetivo era frustrar a execução e proteger o patrimônio familiar de uma possível constrição judicial.

Colegiado entendeu que houve fraude na transação, com objetivo de dificultar o pagamento da dívida.(Imagem: Freepik)

A filha recorreu ao TST, argumentando que não era parte no processo trabalhista, desconhecia a execução e adquiriu o imóvel de boa-fé. Alegou ainda violação de garantias constitucionais, como o direito à propriedade e ao devido processo legal.

O relator do caso no TST, ministro Amaury Rodrigues, destacou que a controvérsia se baseava em provas analisadas pelas instâncias inferiores. Como a discussão exigiria reexame dos fatos, procedimento vedado ao TST, não foi possível reconhecer violação direta à CF, requisito para a admissão do recurso em fase de execução.

A decisão, unânime, manteve a penhora do imóvel.

Leia aqui o acórdão.

Veja a versão completa

Leia mais

Migalhas de Peso

Fraude à execução: STJ dispensa registro de penhora em doação

18/3/2025
Migalhas Quentes

STJ: Não é preciso penhora registrada para fraude à execução em doação

5/3/2025
Migalhas Quentes

STJ: Fraude contra credores permite penhora de imóvel familiar

5/11/2024
Migalhas Quentes

TJ/PR vê fraude e anula venda de imóvel durante ação de execução

17/10/2024