Migalhas Quentes

STF: Prefeito é preso por vazamento de apuração de venda de decisões do STJ

Zanin determinou prisão preventiva após indícios de acesso privilegiado e vazamento de dados sigilosos.

27/6/2025

O ministro do STF, Cristiano Zanin, determinou a prisão preventiva do prefeito de Palmas/TO, Eduardo Siqueira Campos, do advogado Antônio Ianowich Filho e do policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz, por indícios de participação em esquema de vazamento de dados sigilosos do STJ.

A medida foi cumprida nesta sexta-feira, 27, durante nova fase da Operação Sisamnes.

A decisão de Zanin também autorizou mandados de busca e apreensão, o afastamento de função pública dos investigados, a proibição de contato entre eles e a vedação de saída do país. Ao todo, a Polícia Federal cumpre seis mandados judiciais nesta etapa da operação.

Segundo as investigações, o grupo integra uma organização criminosa especializada no acesso privilegiado e vazamento sistemático de informações sigilosas extraídas de processos em curso no STJ, com impacto direto sobre investigações da própria Polícia Federal.

433552

Zanin manda prender prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, por vazar apuração sobre decisões do STJ.(Imagem: Reprodução/Instagram)

Em nota, a corporação afirmou que os dados confidenciais teriam sido utilizados para proteger aliados, frustrar operações policiais e construir redes de influência.

Ainda de acordo com a PF, os vazamentos teriam prejudicado apurações contra juízes e advogados no Tocantins. 

“A apuração revelou indícios de que informações confidenciais estariam sendo antecipadamente acessadas, articuladas e repassadas a investigados, com o envolvimento de agentes públicos, advogados e operadores externos”, disse a corporação.

A PF já havia solicitado a prisão de Campos na fase anterior da Operação Sisamnes, em maio, mas à época Zanin autorizou apenas buscas na casa do prefeito e na sede da prefeitura de Palmas. O celular do político foi apreendido naquela ocasião. 

Em entrevista, Campos negou envolvimento. “Eu só sei o que dizem por aí. Eu não tenho nenhuma informação privilegiada. Estou aqui para responder em relação a suposto vazamento de informação perante o STJ. Eu não tenho fonte no STJ, não é meu papel”.

O caso

A Operação Sisamnes teve origem na investigação do assassinato de um advogado no Mato Grosso. A análise do celular da vítima revelou indícios da venda de sentenças judiciais em diferentes tribunais, o que deu início a diversas frentes de apuração, inclusive no STJ. 

Em fase anterior da operação, o STJ divulgou nota afirmando que nenhum ministro da Corte tinha conhecimento de eventuais irregularidades praticadas por servidores de seus gabinetes.

Segundo o ministro Zanin, a Polícia Federal apresentou indícios de que os investigados tiveram acesso privilegiado a informações judiciais sigilosas e promoveram o vazamento dessas informações, o que, em tese, configura o crime de embaraçamento de investigação policial envolvendo organização criminosa.

Veja a versão completa

Leia mais

Migalhas Quentes

Operação Sisamnes: PF apura vazamento de dados sigilosos ligados ao STJ

27/6/2025
Migalhas Quentes

Zanin autoriza operação contra suspeitos de vazar informações do STJ

30/5/2025
Migalhas Quentes

PF prende suspeitos de executar advogado ligado a venda de decisões

28/5/2025
Migalhas Quentes

Venda de decisões: Veja quem são desembargadores e outros investigados

27/11/2024