Zanin autoriza operação contra suspeitos de vazar informações do STJ
Mandados de busca foram cumpridos no Tocantins, e medidas cautelares foram impostas aos investigados.
Da Redação
sexta-feira, 30 de maio de 2025
Atualizado às 12:15
Nesta sexta-feira, 30, o ministro Cristiano Zanin, do STF, autorizou a Polícia Federal a dar continuidade à Operação Sisamnes. Essa operação investiga a divulgação de informações sigilosas no STJ. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Tocantins.
A pedido da Polícia Federal, com concordância da Procuradoria-Geral da República, o ministro Zanin determinou medidas cautelares. O prefeito de Palmas/TO, José Eduardo de Siqueira Campos, e o advogado Michelangelo Cervi Corsetti estão proibidos de deixar o país e de contatar outros investigados.
Entretanto, os pedidos de afastamento das funções públicas e de proibição de acesso às dependências do STJ foram indeferidos pelo ministro. Da mesma forma, a Polícia Federal teve seus pedidos de prisão preventiva dos investigados e de busca e apreensão em escritório de advocacia negados.
Entenda
De acordo com as investigações, o esquema foi identificado após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em 2023 em frente ao escritório dele, em Cuiabá/MT. A Polícia Federal revelou a existência de uma organização criminosa especializada em espionagem e homicídios sob encomenda.
O grupo, conhecido como "Comando C4" - ou "Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos" -, tinha tabelas impressas com os "preços" de cada assassinato e foi descoberto a partir da análise do celular de Zampieri.
Mensagens e arquivos encontrados no celular do advogado assassinado indicaram ainda indícios de venda de sentenças e movimentações financeiras suspeitas, incluindo pagamentos a desembargadores e ministros do STJ.
O esquema teria sido criado para disfarçar o pagamento de propinas milionárias em troca de decisões judiciais favoráveis, atribuídas a um magistrado do TJ/MT.