Ministro Gilmar Mendes, decano do STF, autorizou a Polícia Federal a deflagrar, nesta terça-feira, 8, operação de busca e apreensão contra o deputado Federal Júnior Mano, e outros cinco investigados. Os mandados foram cumpridos no DF e no Ceará.
A investigação, que tramita sob sigilo, apura o desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares e fraudes a licitações envolvendo municípios cearenses.
Com aval da PGR, o ministro também autorizou o acesso aos dados telemáticos de celulares apreendidos e o bloqueio de ativos financeiros, no total de R$ 54 milhões, pertencentes a pessoas físicas e jurídicas investigadas.
A PF cumpre mandado de busca e apreensão no gabinete de Júnior Mano na Câmara, no apartamento funcional do parlamentar, em Brasília, e em sua residência, no Ceará.
Além disso, o ministro Gilmar Mendes determinou o compartilhamento integral das provas com a Controladoria-Geral da União para eventual responsabilização administrativa dos agentes públicos envolvidos.
O ministro autorizou ainda a abertura de uma investigação específica para apurar, de forma aprofundada, a possível participação de autoridades com foro privilegiado na destinação e execução ilícitas de emendas parlamentares.
Quem é Júnior Mano?
Segundo deputado Federal mais votado do Ceará em 2022, com 216 mil votos, Júnior Mano foi expulso do PL após apoiar a candidatura de Evandro Leitão, adversário político do partido. Conforme publicado pelo site Congresso em Foco, em janeiro a Polícia Federal já apontava que o deputado teve um "papel central" em um esquema de manipulação de eleições municipais em 51 cidades do Ceará, envolvendo compra de votos e desvios de recursos de emendas parlamentares.