Migalhas Quentes

IA escreve bem, mas não tem compromisso com a verdade, alerta juíza

Caroline Somesom Tauk destacou que a revisão humana é indispensável no uso da ferramenta.

29/8/2025

“A Inteligência Artificial generativa já é uma realidade no Judiciário.” A afirmação foi feita pela juíza Federal do RJ Caroline Somesom Tauk, em entrevista ao Migalhas, ao destacar que proibir o uso da tecnologia não seria “saudável” para o momento atual.

Segundo a magistrada, o CNJ está regulamentando a aplicação da IA, que deve ser feito “trazendo transparência, trazendo proteção de dados, evitando que dados sigilosos sejam utilizados com Inteligência Artificial Generativa e trazendo sempre a indispensável supervisão e revisão humana”.

Isso porque, segundo Caroline, é necessária atenção à qualidade textual da IA, que pode induzir ao erro.

“A Inteligência Artificial escreve muito bem, quando você lê qualquer coisa gerada pela IA, você se convence do que está escrito ali, ainda que esteja errado.”

Veja a entrevista:

Por isso, a juíza defendeu que magistrados e advogados tenham o cuidado de revisar o material produzido, já que a tecnologia “não tem compromisso com a verdade, não tem compromisso com o ético ou com o antiético”.

Na mesma linha de cautela, a magistrada criticou o excesso de marketing em torno da tecnologia, destacando que muitas promessas não correspondem à realidade.

“Esse discurso seduz muito, mas, na realidade, ele não corresponde ao que ela entrega atualmente.”

Assista:

O evento

De 28 a 30 de agosto, Campos do Jordão/SP sedia o 16º Encontro Anual AASP. O evento reúne ministros, magistrados e advogados de diferentes áreas para debater os principais desafios do Direito na atualidade, com foco na atualização profissional e no compartilhamento de experiências.

Veja a versão completa

Leia mais

Migalhas Quentes

Diálogos sobre tecnologia, gerações e diversidade inauguram o 16º Encontro Anual da AASP

29/8/2025
Migalhas Quentes

Advogado aborda preocupação com regulamentação da IA e direito autoral

29/8/2025
Migalhas Quentes

Para jurista portuguesa, Susana Aires, Justiça não pode ser "entregue" à IA

29/8/2025