A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira, 9, nova fase da Operação Sem Desconto, destinada a apurar a atuação de grupos suspeitos de realizar descontos associativos não autorizados em benefícios previdenciários.
Com o apoio da Controladoria-Geral da União, foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF nos estados de São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no Distrito Federal.
De acordo com a investigação, as condutas sob apuração envolvem a inserção de dados falsos em sistemas oficiais, a formação de organização criminosa e a ocultação de patrimônio. O esquema teria causado prejuízo bilionário a aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.
A operação teve início em 2025, após a identificação de entidades que firmaram acordos com o INSS para realizar descontos em folha sem a autorização dos beneficiários. Segundo as apurações, as associações apresentavam-se como prestadoras de serviços, mas não possuíam estrutura compatível com o que prometiam.
Durante as fases anteriores, a PF identificou indícios de envolvimento de empresários e servidores públicos. Entre os investigados está Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, preso em setembro, apontado como um dos articuladores do esquema.
Segundo a PF, ele intermediava repasses entre entidades fraudulentas e agentes responsáveis pela autorização dos convênios. Na ocasião da prisão, foram apreendidos bens de alto valor e determinado o bloqueio de ativos financeiros.
As buscas também alcançaram o advogado Nelson Wilians, suspeito de intermediar transações relacionadas a uma das associações investigadas.