Nesta quinta-feira, 29, durante sessão do STF, na qual o plenário julgava a (in)existência de nepotismo em cargos políticos, ministro Alexandre de Moraes recordou episódio envolvendo o chamado "nepotismo circular", uma "evolução" do nepotismo cruzado.
"Um dos tribunais da Federação, para fugir do nepotismo cruzado, criou o nepotismo circular", contou Moraes. "Um desembargador nomeava o filho de outro desembargador, que nomeava a mulher de um terceiro, que nomeava o irmão de outro, e foi necessário analisar todas as nomeações para verificar que 17 desembargadores estavam interligados nisso", contou.
Veja o momento:
Moraes relatou que o então presidente do CNJ, ministro Nelson Jobim, pediu para examinar o caso.
O tribunal, mesmo após a apuração, tentou manter o esquema por meio de nova estrutura administrativa.
"Depois disso, esse mesmo tribunal criou um departamento de assessores, dizendo que era o funcionário que designava os servidores para os desembargadores, numa tentativa de manter a prática."
O ministro concluiu afirmando que a "luta contra o nepotismo é uma luta que não acaba".