A história do advogado Samuel Santos da Silva, de 43 anos, é marcada por superação, fé e gratidão. Natural de São Paulo e criado em condições de vulnerabilidade, ele chegou a dormir em igrejas e em uma casa em construção antes de ser adotado e iniciar uma nova vida em Minas Gerais.
Movido pelo desejo de compreender as leis e o funcionamento da Justiça, Samuel iniciou o curso de Direito, mas precisou trancar a faculdade por falta de recursos. Determinado a continuar, aceitou um emprego como faxineiro no Fórum de Contagem/MG.
Mesmo na limpeza, Samuel mantinha o sonho de voltar a estudar. “Era o ambiente em que eu queria estar. Trabalhava com amor, porque acreditava que aquele seria meu recomeço”, contou.
Samuel se destacou pela curiosidade e pelo interesse em aprender sobre o funcionamento do sistema Judiciário. Mesmo sem exercer funções jurídicas, ele aproveitava cada oportunidade para observar os processos, compreender a dinâmica das secretarias e entender como as audiências aconteciam.
O destino mudou quando juízes do fórum, entre eles Wagner de Oliveira Cavalieri, Afonso José Andrade, Marixa Rodrigues, Elexsander Camargos, Antônio leite e Marcos Alberto souberam de sua história e decidiram custear o restante da graduação.
“Eles pesquisaram minha vida, viram meu esforço e me chamaram na sala. Disseram que queriam me apadrinhar para eu concluir o curso. Foi um dos momentos mais importantes da minha vida”, relembra.
Seu contato com os magistrados era pontual, restrito ao ambiente de trabalho, mas suficiente para despertar nele ainda mais admiração pela Justiça. Pouco tempo depois, Samuel migrou para o Ministério Público, onde exerceu atividades de apoio administrativo e de transporte de processos.
Segundo ele, essa transição marcou um passo importante em sua trajetória, pois representou o início de um caminho de crescimento profissional dentro das instituições públicas.
Hoje, já formado e atuando como advogado privado, Samuel dedica-se principalmente ao Direito Previdenciário e demonstra grande interesse também pelo Direito Internacional.
Apesar das conquistas, Samuel segue em preparação para novos desafios: sonha em ingressar em uma carreira jurídica pública, especialmente na magistratura ou na Defensoria Pública, metas que ele encara como parte de um processo contínuo de construção pessoal e profissional
“Entre continuar e desistir, existe a escolha. Eu escolhi continuar. Mesmo que precise começar pequeno, é possível sonhar grande”, afirma.
Veja a entrevista: