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Nós ainda amamos o futebol

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Atualizado em 15 de abril de 2025 15:13

Chama-me a atenção a imprensa, especificamente a dedicada aos esportes, o futebol em especial. Há muito tempo não se lê uma reportagem que vasculhe as entranhas do nosso amado futebol. E, aqui, eu me refiro à CBF - Confederação Brasileira de Futebol. A situação deplorável em que se encontra o esporte que ela representa e deveria defender com ardor, está a justificar uma esmiuçadora investigação. Os motivos da "débâcle" do futebol brasileiro deveriam ser detectados a partir da entidade gestora. Não basta trocar de técnico. Convocar esse ou aquele jogador, ou adotar medidas paliativas, todas elas pertinentes a manter no poder os mesmos dirigentes. 

Com o apoio incondicional dos clubes, mercê das benesses que lhe são outorgadas, as sucessivas gestões da entidade, em especial as últimas, têm se sentido soberanas para gerir o futebol brasileiro da maneira que melhor lhes aprouver. Não devem satisfação a nenhum Poder da República e nem ao povo, que deveria ser o destinatário de sua atuação, pois é ele quem fornece os alicerces para a existência do futebol, transmitindo afluxos emocionais, suporte financeiro e uma carga extraordinária de amor. 

Não obstante, a desregrada e arrogante trajetória da entidade, desprovida de fiscalização, regras de conduta, metas e objetivos, planos de orientação, transformou-se no todo poderoso gestor a quem se deve acatamento e submissão. Os clubes acatam e o povo, pobre dele, se submete.  

Todas as mazelas das sucessivas gestões da CBF e os estrondosos e vergonhosos fracassos de nossa seleção decorrem, creio eu, do autoritarismo que rege o futebol. Claro que há outros fatores. Mas, caso os benfazejos ventos da democracia soprassem para arejar mentes e condutas, estaríamos com certeza ocupando os patamares superiores dos quais jamais poderíamos ter sido retirados. 

Não se diga que os dirigentes são eleitos. Eleição de cartas marcadas, adredemente ganha por quem já está no poder, ou pelo seu escolhido. Recentemente noticiou-se que o ex-jogador Ronaldo quis se candidatar. Não foi sequer recebido pelos presidentes das Federações. Claro que já estavam eles comprometidos com o candidato oficial. 

Pois bem, chegou a hora, que não seja tardia, de haver um movimento nacional em prol da democratização e fiscalização da CBF, pois nós ainda amamos o futebol.