"Meu celular era para desabafos", diz Cid sobre mensagens apreendidas
Durante depoimento, Mauro Cid afirmou que seu celular incluía mensagens de apoiadores sobre manifestações e acampamentos em frente a quartéis.
Da Redação
segunda-feira, 9 de junho de 2025
Atualizado às 16:44
Tenente-coronel Mauro Cid afirmou que seu celular era utilizado como espaço de desabafos e comunicações informais. A declaração foi feita durante depoimento prestado nesta segunda-feira, 9, ao STF, no âmbito da oitiva que integra a ação penal sobre a tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Os depoimentos, conduzidos pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, representam uma das últimas etapas do processo antes do julgamento de mérito.
Em sua fala, Cid, que atuava como ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, disse que recebia inúmeras mensagens com pedidos, desabafos e questionamentos, sobretudo de apoiadores do ex-presidente. "Meu celular era um local de desabafos, de pedidos, de questionamentos, de todo tipo", afirmou ao relator.
Segundo o depoente, a movimentação no entorno do Palácio do Alvorada refletia o sentimento que circulava entre apoiadores do governo em grupos de WhatsApp e redes sociais.
Cid classificou muitos desses interlocutores como "bravateiros" e disse que muitos buscavam apenas demonstrar apoio aos acampamentos montados diante dos quartéis.
Mauro Cid relatou também que esses acampamentos chegaram a ter, inicialmente, apoio tácito das Forças Armadas, e depois, com o tempo, respaldo mais formal, o que teria dado maior confiança aos militares que ali frequentavam.
O militar relatou ainda que uma reunião com o general Braga Netto foi marcada a pedido de dois coronéis que desejavam discutir a situação das manifestações e o possível apoio das Forças Armadas.
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