AGU cumprirá voluntariamente pedido de nova autópsia em Juliana Marins
Exame buscará esclarecer causa e momento da morte da turista brasileira na Indonésia.
Da Redação
segunda-feira, 30 de junho de 2025
Atualizado às 19:02
A AGU - Advocacia-Geral da União informou nesta segunda-feira, 30, que atenderá de forma voluntária ao pedido da DPU para realização de nova perícia no corpo de Juliana Marins, brasileira de 26 anos, que morreu durante trilha no Parque Nacional do Monte Rinjani, na Indonésia.
O novo exame será realizado assim que o corpo chegar ao Brasil, previsto para esta terça-feira, 1.
O pedido da DPU, formulado em nome da família da jovem, foi motivado por dúvidas sobre as circunstâncias da morte e pela inconsistência das informações registradas na certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta.
A Defensoria ressaltou que a necrópsia deve ser realizada em até seis horas após a chegada do corpo ao país, a fim de preservar possíveis evidências relevantes.
Segundo o procurador-regional da União na 2ª região, Glaucio de Lima e Castro, a decisão da AGU de colaborar de forma antecipada visa garantir agilidade e efetividade ao processo, em respeito ao caráter humanitário do caso.
Ele também destacou que o governo Federal acompanha a situação com atenção desde o início, prestando apoio à família dentro dos limites institucionais.
Para viabilizar a nova perícia, a AGU solicitou audiência urgente com a DPU e o Estado do Rio de Janeiro, visando definir a melhor forma de atendimento ao pedido e estabelecer as responsabilidades de cada ente envolvido.
A PF já indicou que poderá apoiar no traslado do corpo até o IML.
Dúvidas e controvérsias
A morte de Juliana gerou comoção e questionamentos internacionais.
A jovem integrava uma excursão por trilha guiada no Monte Rinjani quando sofreu uma queda de cerca de 300 metros, no dia 21 de junho. O grupo decidiu prosseguir após ela demonstrar sinais de exaustão e, ao retornar, o guia constatou seu desaparecimento.
Seu corpo só foi resgatado três dias depois, em 24 de junho, após ser localizado por drones.
A primeira autópsia foi realizada no dia 26, em hospital na ilha de Bali, com conclusão de que a causa da morte foi um trauma contundente múltiplo, com falecimento cerca de 20 minutos após a queda.
Contudo, imagens obtidas por turistas com drones levantaram dúvidas sobre a real cronologia dos fatos, sugerindo que Juliana possa ter sobrevivido por mais tempo do que inicialmente indicado, aguardando por socorro. A possibilidade de omissão de socorro por parte das autoridades locais está sendo considerada e pode ensejar eventual responsabilização civil ou criminal.
Informações: AGU.
