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Tentativa de golpe

Ao depor, servidor diz que governo Bolsonaro quis ligar Lula a facção

Analista do ministério da Justiça revelou em depoimento ao STF ordens para cruzar votos com áreas do Comando Vermelho.

Da Redação

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Atualizado em 15 de julho de 2025 09:53

Durante audiência realizada nesta segunda-feira, 14, no STF, o analista de inteligência Clebson Ferreira de Paula Vieira, que atuou no ministério da Justiça durante o governo de Jair Bolsonaro, afirmou ter recebido ordens para produzir relatórios que relacionassem o então candidato Lula a organizações criminosas.

Segundo o servidor, foi solicitado que fizesse "análise de correlação estatística da concentração de votos em territórios do Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, para saber se havia correlação, para ver se o candidato à época, Lula, tinha maior concentração de votos em áreas dominadas por facção criminosa".

O depoimento de Vieira ocorreu no âmbito da ação penal que investiga integrantes do chamado "Núcleo 2" da suposta trama golpista - grupo apontado pela PGR como responsável por ações de inteligência voltadas a monitoramento de opositores e elaboração de planos para tomada do poder.

Entre os réus estão Filipe Martins, Marcelo Câmara, Marília Alencar, Silvinei Vasques, Mário Fernandes e Fernando de Sousa Oliveira.

 (Imagem: Lula Marques/Agência Brasil/Ricardo Stuckert/PR)

No STF, servidor do ministério da Justiça relatou pressão do governo Bolsonaro para associar Lula a facção.(Imagem: Lula Marques/Agência Brasil/Ricardo Stuckert/PR)

Dados de Lula

Clebson Vieira detalhou que as ordens começaram a chegar em 2022, sob o comando da delegada Marília Alencar, então diretora de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas do ministério da Justiça, hoje ré na ação penal.

Ele relatou que uma das tarefas consistia em identificar localidades com mais de 75% dos votos para cada candidato, mas apenas os dados relativos a Lula teriam sido levados adiante pela chefia.

Mencionou ainda que comentava com a esposa, por mensagens, desconforto com as demandas que classificava como politicamente enviesadas.

Em uma das conversas, afirmou sentir-se "muito mal" com determinada ordem que teria partido diretamente da diretora.

PRF e atuação eleitoral

Também ouvido na audiência, o ex-coordenador de Inteligência da PRF - Polícia Rodoviária Federal, Adiel Pereira Alcântara, confirmou que houve orientações para realização de "policiamento direcionado" durante o processo eleitoral de 2022.

Ele explicou que o foco das ações foi o aumento das fiscalizações de vans e ônibus em estados como Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - regiões de onde partem muitos eleitores para o Nordeste, tradicional reduto eleitoral de Lula. "[A fiscalização] foi mais intensificada nesses Estados", disse Alcântara.

Trama golpista

Nesta segunda-feira foi iniciada a fase de instrução das ações penais envolvendo os núcleos 2, 3 e 4 da tentativa de golpe de Estado, com oitivas de testemunhas de acusação e defesa. Os depoimentos seguem até 23 de julho, por videoconferência.

Na manhã de hoje foram ouvidas as testemunhas de acusação indicadas pela PGR. À tarde, o tenente-coronel Mauro Cid prestou depoimento como informante, já que firmou delação premiada. O relato será comum às três ações.

A partir de terça-feira, 15, começam as oitivas das testemunhas de defesa do núcleo 2, previstas até o dia 21. Na terça e quarta, 16 e 17, serão ouvidas testemunhas do núcleo 4. Por fim, entre os dias 21 e 23, será a vez do núcleo 3.

Ao todo, foram arroladas 118 testemunhas, algumas comuns a mais de um réu. A etapa marca o início da produção de provas nas ações penais.

Informações: Agência Brasil.

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