Em post, Dino diz que não cabe à embaixada dos EUA monitorar ministros

O ministro do STF, Flávio Dino, pronunciou-se, nesta sexta-feira, 8, sobre a nota publicada pela embaixada dos Estados Unidos no Brasil que atacou Alexandre de Moraes e advertiu "aliados" do ministro.

Em postagem feita em sua conta no Instagram, Dino condenou a interferência e defendeu a soberania do país.

"Lembro que, à luz do DIREITO INTERNACIONAL, não se inclui nas atribuições da embaixada de nenhum país estrangeiro 'avisar' ou 'monitorar' o que um magistrado do Supremo Tribunal Federal, ou de qualquer outro Tribunal brasileiro, deve fazer", escreveu.

O ministro reforçou a importância da moderação e da boa educação na diplomacia, destacando que "respeito à soberania nacional" é um requisito fundamental nas relações internacionais.

Sem mencionar diretamente o julgamento de Bolsonaro ou a postagem norte-americana, Dino fez um apelo ao restabelecimento do diálogo amistoso entre os países:

"Espero que volte a imperar o diálogo e as relações amistosas entre Nações historicamente parceiras nos planos comercial, cultural e institucional. É o melhor para todos."

A manifestação ocorre no contexto de tensão diplomática instaurada após a embaixada dos EUA publicar no X (antigo Twitter) que Moraes seria "arquiteto da censura e perseguição" no Brasil, em referência à atuação do ministro nos inquéritos que envolvem Jair Bolsonaro e seus apoiadores.

A publicação incluiu, ainda, alerta velado a autoridades brasileiras, indicando que aliados de Moraes, tanto no Judiciário quanto "em outras esferas", estariam avisados para não apoiar nem facilitar sua conduta.

O gesto diplomático se deu justamente às vésperas do julgamento, na 1ª turma do STF, do recurso que pode reverter ou manter a prisão do ex-presidente Bolsonaro. A sessão ainda não tem data confirmada.