Trama golpista: Apenas Paulo Sérgio Nogueira acompanha julgamento no STF
Bolsonaro não foi à sessão e alegou problemas de saúde; PGR denunciou oito réus por tentativa de golpe e outros crimes.
Da Redação
terça-feira, 2 de setembro de 2025
Atualizado às 14:41
O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira foi o único entre os oito réus a comparecer presencialmente ao primeiro dia de julgamento da tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. A sessão ocorre na sala de audiências da 1ª turma do STF.
"A gente acredita na Justiça e nas provas apresentadas nas nossas alegações finais", disse Nogueira ao chegar para o julgamento.
O próprio Bolsonaro, denunciado como líder da trama golpista, decidiu não comparecer. Segundo o advogado de defesa, Celso Vilardi, o ex-presidente chegou a cogitar presença, mas desistiu devido a problemas de saúde. "Ele não está bem", afirmou o defensor.
Os demais réus foram representados por seus advogados. A acusação é conduzida pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pela denúncia.
Compõem o chamado núcleo crucial da trama golpista:
- Jair Bolsonaro - ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem - ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier - ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
- Augusto Heleno - ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Paulo Sérgio Nogueira - ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto - ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;
- Mauro Cid - ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Todos respondem por liderar ou integrar organização criminosa armada, atentar violentamente contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
A exceção é Alexandre Ramagem, que, por ser deputado Federal, teve parte das acusações suspensas e responde apenas pelos três primeiros crimes.
Caso sejam condenados, as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão, dependendo do papel de cada um no complô.