Dino pede que PF investigue ameaças após votar para condenar Bolsonaro
Intimidações virtuais citaram a crise política do Nepal como "aviso" ao ministro do STF, mencionando episódios de violência ocorridos no país para ameaçá-lo após voto pela condenação dos réus da trama golpista.
Da Redação
quarta-feira, 10 de setembro de 2025
Atualizado às 18:56
Flávio Dino protocolou, nesta quarta-feira, 10, na Polícia Federal, pedido de investigação sobre ameaças recebidas pelas redes sociais após seu voto no julgamento da chamada trama golpista. Na terça-feira, 9, o ministro havia se manifestado pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022. O caso está em análise na 1ª Turma do STF e entrou em seu quarto dia.
No ofício enviado ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Dino afirmou ter se tornado alvo de "ameaças graves" contra sua vida e integridade física imediatamente após sua manifestação em plenário.
Entre as intimidações, destacou a alusão à crise política do Nepal, utilizada como "aviso". O ministro citou que uma das ameaças recebidas mencionava o incêndio que matou a esposa de um ex-primeiro-ministro do país. Outra referência recorrente foi aos protestos violentos que levaram à renúncia do então primeiro-ministro K.P. Sharma Oli.
"Imediatamente após o voto que proferi, no regular cumprimento da função pública que exerço, passei a ser destinatário de graves ameaças contra a minha vida e integridade física, veiculadas via internet. Entre os traços que chamam atenção, há uma constante alusão a eventos ocorridos no 'Nepal', o que parece sugerir uma ação concertada com caráter de incitação."
O ministro anexou um compilado de 28 páginas com postagens e comentários de ameaça, que, em sua avaliação, configuram incitação à violência. "Como sabemos, há indivíduos que são conduzidos por postagens e discursos distorcidos sobre processos judiciais, acarretando atos delituosos - a exemplo de ataques ao edifício-sede do STF, inclusive com uso de bombas", afirmou.
Informações: Agência Brasil.