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Operação letal

Governador do RJ culpa ações judiciais por situação no Estado

Para o governador do Rio de Janeiro, determinações da Justiça transformaram o estado em "refúgio" para lideranças criminosas.

Da Redação

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Atualizado às 15:41

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, fez duras críticas ao Judiciário brasileiro durante pronunciamento à imprensa nesta quarta-feira, 29, um dia após megaoperação que deixou ao menos 119 mortos nas favelas do Rio de Janeiro.

Segundo ele, "algumas ações judiciais fizeram o Rio ser esse grande bunker de lideranças".

"Fiquei feliz nessa reunião com governadores ao entender que todos eles percebem a importância de resolver o RJ, de como as situações sobretudo de algumas ações judiciais fizeram o Rio ser esse grande 'bunker' de lideranças hoje."

Castro se encontrou com governadores na manhã desta quarta-feira. Entre os presentes estavam Tarcísio, de SP, e Caiado, de GO. 

"Maldita"

Durante entrevista coletiva no início da tarde de terça-feira, 28, data da operação, Cláudio Castro chamou de "maldita" a ADPF das Favelas, julgada pelo STF, que impôs medidas ao Estado para, entre outros pontos, reduzir a letalidade policial.

O político atribuiu a ela a dificuldade de policiais em acessar vias nos conjuntos de favela, como "muitas barricadas" pelo caminho. 

"Ainda são o que nós chamamos de filhotes dessa ADPF maldita. Infelizmente um partido político ingressou [com a ação] e prejudicou demais o RJ."

O governador fazia referência ao PSB, sigla que ajuizou a ADPF 635 em 2019.

"Não pode o policial bem treinado atirar da plataforma, mas pode o criminoso usar um drone com bomba. São essas idiossincrasias que a gente vê e, que, infelizmente, a tentativa de politização da segurança pública arrebenta sempre no lado do policial que está lá arriscando a sua vida."

O que é a ADPF das Favelas

A ADPF 635, conhecida como "ADPF das Favelas", foi ajuizada em 2019 pelo PSB, com apoio de organizações civis e movimentos de favelas, para denunciar o uso desproporcional da força policial no Rio de Janeiro e a violação de direitos fundamentais, como o direito à vida e à dignidade.

Em 2020, o ministro Edson Fachin, relator do caso, concedeu liminar restringindo operações policiais em comunidades durante a pandemia, salvo em situações excepcionais, o que marcou o início de um acompanhamento permanente do STF sobre as políticas de segurança pública do Estado.

O julgamento foi concluído em abril de 2025, com decisão unânime, que impôs 23 medidas obrigatórias ao governo fluminense. Entre elas, estão a implantação de câmeras corporais e viaturas com gravação, a presença de ambulâncias em operações com risco de confronto, a preservação dos locais de crime, a investigação de mortes por intervenção policial sob responsabilidade do Ministério Público e a criação de um grupo de monitoramento coordenado pelo CNMP.

O Supremo também determinou inquéritos federais para apurar a atuação de facções e possíveis conivências institucionais, reconhecendo a natureza estrutural do problema da violência policial no Estado.

Entrevista

Em entrevista concedida ao Migalhas em julho deste ano, Cláudio Castro afirmou que o fato de "não ter mais a ADPF 635" seria fator positivo para dar resposta à sociedade. O governador fazia referência a restrições mais severas impostas ao Estado durante a pandemia.

Ele também afirmou que, antes de determinação do STF, havia implantado câmeras na Polícia. 

"Criminosos são fortemente armados, e apolícia tem que fazer algum confronto para poder livrar o cidadão de bem."

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