A Polícia Federal formalizou o indiciamento do vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e do deputado Federal Alexandre Ramagem, no âmbito do inquérito que apura a atuação irregular da Abin - Agência Brasileira de Inteligência durante a gestão de Bolsonaro.
As informações foram divulgadas pela Agência Brasil. Inicialmente, a Agência informou que Jair Bolsonaro também havia sido indiciado. Posteriormente, a informação foi corrigida. Título e texto foram atualizados.
Durante o governo Bolsonaro, Ramagem ocupava o cargo de diretor-geral da Abin. A cúpula atual da Abin, incluindo o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa, também foi indiciada.
Monitoramento ilegal
A PF concluiu e encaminhou ao STF o inquérito referente à chamada “Abin Paralela”. O foco central da investigação reside no suposto uso da Abin para monitorar ilegalmente autoridades públicas durante o governo Bolsonaro.
Segundo a PF, policiais e delegados da corporação, que estavam cedidos à Abin, juntamente com servidores do órgão, teriam integrado uma organização criminosa com o objetivo de executar ações ilegais de espionagem.
As investigações da PF revelaram uma ação para obter informações sigilosas de autoridades paraguaias envolvidas nas negociações do contrato de energia da usina hidrelétrica de Itaipu, operada em conjunto pelos dois países.
Carlos Bolsonaro, por meio de suas redes sociais, alegou que a operação da PF possui motivação política, visando as eleições de 2026.
Alguém tinha alguma dúvida que a PF do Lula faria isso comigo? Justificativa? Creio que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É só coincidência! https://t.co/Fdm4eIcOkW
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) June 17, 2025
A Abin informou que não emitirá declarações sobre os indiciamentos.
Em abril, o diretor-geral da agência divulgou uma nota afirmando estar à disposição das autoridades competentes para prestar os esclarecimentos necessários, tanto no âmbito administrativo quanto no civil ou criminal.