O advogado Eduardo Kuntz, que atua na defesa do ex-assessor presidencial Marcelo Câmara, disse ao STF que foi procurado pelo tenente-coronel por meio de uma conta falsa no Instagram, @gabrielar702. A informação contraria fala de Cid em seu interrogatório na semana passada no STF.
Durante o interrogatório prestado por Cid ao Supremo, o advogado Celso Vilardi, que defende o ex-presidente, chegou a questionar Cid se teria usado a conta. O delator diz que Gabriela é o nome de sua esposa, mas nega a autoria das mensagens. Posteriormente, diz ao Supremo que se trata de “mais uma miserável fake news”, de “falsidade grotesca”.
Kuntz, no entanto, afirma que recebeu foto, áudio, e fez uma rápida ligação com Cid por meio deste perfil. Parte dessas informações foram reveladas na semana passada pela revista Veja. Em entrevista à Uol, o advogado confirmou a troca de mensagens. Ao Supremo, apresentou documentos nesta segunda-feira, 16, buscando comprovar que Cid participou dos diálogos pelo Instagram.
Como a delação inclui sigilo sobre as informações prestadas, não ter contato com outros investigados e não usar redes sociais, as defesas agora buscam derrubar as provas obtidas a partir da colaboração premiada.
Um pedido de anulação da delação também foi feito pela defesa do ex-presidente Bolsonaro, e rejeitado por Alexandre de Moraes nesta terça-feira, 17, como informou o site Congresso em Foco.
Na mesma decisão, Moraes também autorizou a realização de uma acareação entre Cid e o general da reserva Walter Braga Netto, marcada para o próximo dia 24 de junho, na sede do STF.
Informações da Meta
Na última sexta-feira, 13, a pedido de Cid, Alexandre de Moraes determinou à Meta que preserve o perfil “Gabriela R”, bem como encaminhe ao STF todos os dados cadastrais do perfil, incluindo e-mail e número de celular, e todas as mensagens trocadas entre os dias 1º/5 a 13/6.
- Veja o despacho.
Investigados
Marcelo Câmara é um dos réus do chamado "núcleo 2" da trama golpista, enquanto Cid faz parte do considerado "núcleo crucial" da suposta organização criminosa que teria tentado um golpe de Estado.
A defesa de Câmara apresentou na segunda-feira a defesa prévia na ação penal contra ele, que foi aberta na semana passada. Já o processo contra o núcleo crucial, que inclui também o ex-presidente Bolsonaro, está em fase mais avançada.
- Processo: AP 2.668